A beleza cósmica

Estranhamente, a natureza parece ter predileção por simetrias de formas e cores. E, de certo modo, isso pode ser denominado beleza, noção que tem guiado a pesquisa científica no entendimento dos fenômenos que vão da escala subatômica ao gigantismo do cosmos

CRÉDITO: THE WHIRLPOOL GALAXY (M51) _ HUBBLE HERITAGE TEAM (STSCI / AURA) / N. SCOVILLE (CALTECH)

Beleza é um conceito complexo e difícil de definir. Ela depende da cultura, do modelo estético e da época em que é apreciada. Mas é comum acharmos belas as estruturas que apresentam simetria de formas e cores, pois nos inspiram sensação agradável de proporcionalidade e equilíbrio, refletindo aquilo que entendemos como perfeição.

Na natureza, encontramos simetrias (e, portanto, beleza) em diferentes escalas, como em arranjos particulares de átomos ou no formato de galáxias. Curiosamente, nos chama a atenção o fato de o tão pequeno ser tão semelhante ao imensamente grande. Nas imagens de microscopia eletrônica, aglomerados atômicos podem parecer flores; nas de grandes telescópios, galáxias espirais podem se assemelhar a girassóis.

Fico tentado a afirmar que a beleza parece ser algo fundamental também na natureza.

A ideia de simetria – que se associa à de beleza – é uma propriedade fundamental das leis que regem os fenômenos físicos, do macro ao micro. Embora, em um primeiro momento, não pensemos nisso, impressiona ver que a matéria pode ter formas parecidas, em diferentes escalas espaciais.