Em termos de riscos ambientais, estamos vivendo momentos difíceis e bastante complexos. As mudanças climáticas têm causado problemas diversos em escala global, espalhando sofrimento e trazendo perdas sociais, econômicas e de manutenção da vida. Obviamente, a vulnerabilidade não é igual para todos. Nunca foi.

Os cenários nada têm de promissores, como qualquer análise superficial de eventos cada vez mais recorrentes pode comprovar. Ano após ano temos registrado novos recordes de temperaturas elevadas no mundo todo. Como consequência, estamos vivenciando ondas de calor severas, que, por sua vez, levam ao aumento de doenças e dificultam muitas de nossas funções diárias. No ano de 2023, algumas cidades do Brasil suspenderam as aulas presenciais em razão do calor extremo. 

Na relação direta com a saúde, constata-se que as mudanças climáticas têm proporcionado condições favoráveis para a expansão de doenças. Registros de casos de malária voltaram a ocorrer nos Estados Unidos após 20 anos, mas com um importante detalhe: os contaminados não tinham viajado para fora do país. 

Há questões que podem se tornar ainda mais graves em relação à saúde, uma vez que a produção de alimentos e a oferta de água também são profundamente atingidas, forçando muitas pessoas a se deslocarem. Essas migrações, já percebidas em algumas escalas e regiões, se transformam em mais um vetor de pressão, ampliando a dimensão da pobreza. 

Temos ainda o aumento do nível do mar. Apesar de ser de ordem global, esse problema atingirá mais severa e rapidamente alguns lugares do mundo. Aliás, já se tem mapeadas as cidades, e até os países, que correm o risco de desaparecer em um curto período, caso as previsões se confirmem.