A luz dos novos tempos

Mais de 130 anos após a invenção do bulbo incandescente, que veio substituir velas de cera e lamparinas a óleo, sua produção está próxima do fim.

Motivo? O tradicional bulbo incandescente desperdiça na forma de calor nada menos que 95% da energia que utiliza. Já a lâmpada fluorescente, que nasceu cotada para assumir seu lugar, chega a gastar 80% menos energia, além de ter vida útil superior a 10 mil horas – contra apenas mil horas da incandescente.

Apesar dessas vantagens, a lâmpada fluorescente apresenta um sério problema: contém substâncias tóxicas, como mercúrio e pó do fósforo. Para se ter uma ideia da gravidade da questão, uma única lâmpada pode contaminar até 15 mil litros d’água. É por essa razão que nunca deve ser descartada em lixo comum.

Lâmpada de nanoled
A lâmpada de nanoled dura mais e consome menos energia. (foto Riwa /Divulgação)

Surge então como excelente alternativa uma lâmpada feita totalmente de material reciclável, com vida útil 50 vezes maior que a de uma lâmpada incandescente (e cinco vezes maior que a de uma lâmpada fluorescente).

O termo led origina-se da expressão inglesa Light Emitting Diode (diodo emissor de luz). A emissão de luz resulta da passagem de uma corrente elétrica por esses diodos.

“Como a lâmpada contém dezenas de nanoleds, na eventual falha de um deles, os outros continuam iluminando”, explica um dos idealizadores do novo produto, o empresário Luciano Linck Andretta.

Andretta conta que, enquanto as lâmpadas tradicionais de vapor de sódio, bastante utilizadas na iluminação pública de ruas e estradas, duram 15 mil horas, com um consumo médio de quase 1.300 kwh/ano, com emissão de raios ultravioleta (UV), a lâmpada de nanoled dura 50 mil horas e consome pouco mais de 400 kwh/ano, sem emitir raios UV.

“Como a lâmpada contém dezenas de nanoleds, na eventual falha de um deles, os outros continuam iluminando”

A Riwa tem sede no parque científico e tecnológico da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, e mantém uma fábrica para produção da nova lâmpada no município gaúcho de Gravataí.

O parque da PUCRS, conhecido como Tecnopuc, abriga 48 empresas que trabalham em parceria com a universidade e vários núcleos voltados para as áreas de pesquisa e desenvolvimento. 

Tudo tem seu tempo

Vários países vão tirar de circulação o primeiro modelo de lâmpada que surgiu no mundo, devido à ineficiência do tradicional bulbo incandescente. 

A Irlanda já proibiu sua comercialização, e a previsão é de que toda a Europa venha a abolir o uso e a comercialização das lâmpadas com filamentos até 2012. Nos cálculos da União Europeia, essa medida evitará a emissão de 15 milhões de toneladas de CO2 por ano até 2020.

Lâmpada incandescente
A lâmpada de bulbo incandescente está com os dias contados. (foto: Huw Pritchard)

Além disso, irá economizar uma quantidade de energia equivalente à que é consumida por cerca de 11 milhões de residências europeias. Esse número impressiona, pois é maior que a população da Bélgica (cerca de 10 milhões de habitantes).

Nova Zelândia, Austrália, Filipinas e o estado da Califórnia (nos Estados Unidos) já têm planos semelhantes. Mas não se trata apenas de proteger a natureza. A substituição das lâmpadas gera economia para o bolso dos consumidores. 

O instituto alemão Warentest, que produziu recentemente uma edição especial sobre eficiência energética, ressalta que, usando lâmpadas econômicas, o consumidor pode economizar até 100 euros por lâmpada ao longo da vida útil do produto.

Agora, imagine só a possibilidade que se abre com o uso da lâmpada de nanoleds.

 

Luan Galani
Especial para a CH On-line / PR