A estátua da estátua

Talvez não seja o primeiro caso do mundo, mas sem dúvida é um dos primeiros: o momento em que uma estátua em homenagem a uma pessoa fica tão famosa que ganha uma estátua viva baseada na própria obra original. Foi o que aconteceu na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) com a escultura do poeta Carlos Drummond de Andrade, cujo modelo mais famoso fica na orla de Copacabana.

Drummond é o homenageado da Flip neste ano e a Rua do Comércio, uma das principais do Centro Histórico de Paraty, já conta com uma réplica da estátua.

Mas ontem (5/7) se viu algo diferente. A empresa que ‘adotou’ em 2008 a obra original de Copacabana resolveu promover seu produto de modo singular e deu vida à estátua. Aliás, vale a curiosidade: essa empresa que cuida da estátua é uma fabricante de lentes multifocais – daí o interesse em ‘patrocinar’ Drummond, cuja figura consagrada está sempre de óculos.

Pois bem. O Drummond de bronze passou pelo repórter enquanto ia ao banheiro. Disse que conversaria depois. Estava com frio e precisava também tomar café. A insólita cena aconteceu à noite, enquanto Luis Eduardo Soares e Fernando Gabeira falavam na Tenda dos Autores e centenas de pessoas – que não conseguiram ou não puderam comprar ingressos – assistiam à reprodução do evento na Tenda do Telão.

Perto dali, Marcelo Zago – a estátua viva da estátua – conversou com o ‘sobreCultura’. Assista abaixo às curiosas declarações de Zago, que, entre outras revelações, disse que já foi mais parecido com Drummond. “Agora engordei um pouco”, afirmou o magrelo ator.


Thiago Camelo
Ciência Hoje On-line