Anote na agenda

A Rio+20 começou. O Riocentro, onde acontece o evento oficial, já foi cedido à ONU e vai receber na próxima semana governantes de mais de 180 países que irão discutir novos rumos em direção à sustentabilidade ambiental, social e econômica. E o público comum, o que tem para fazer?

A conferência está repleta de eventos paralelos abertos a todos. O maior é a Cúpula dos Povos. Organizada por entidades da sociedade civil, conta com debates, fóruns e manifestações populares no Aterro do Flamengo. Não é preciso se inscrever para participar, mas existe essa opção para quem quiser receber um certificado de presença.

Para quem está mais interessado na parte científica da conferência, não faltam opções. O Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) promove até terça-feira, dia 19, uma série de debates e palestras com pesquisadores e representantes de governos estrangeiros sobre temas como energia limpa, produção de alimentos, organização urbana e tecnologias para erradicação da pobreza. A instituição também marca presença no parque dos Atletas, em frente ao Riocentro, com uma exposição sobre suas tecnologias ecológicas.

Um dos destaques da programação é a exposição Biomas do Brasil, que, por meio de vídeos e material interativo, propõe uma viagem sensorial pelos diferentes ecossistemas do país

Exposições não faltam na Rio+20. No Forte de Copacabana, a mostra Humanidade 2012, organizada pela cenógrafa Bia Lessa, trata dos principais temas da conferência por meio de instalações artísticas.

No Armazém 4 do cais do Porto, mais de 50 instituições estão presentes no evento Armazém Pop Ciência na Rio+20, onde desenvolvem atividades sobre os temas da Rio+20, como sustentabilidade, produção de energia, diminuição da pobreza e meio ambiente. A entrada é gratuita.

Um dos destaques da programação desse evento é a exposição Biomas do Brasil, que, por meio de vídeos e material interativo, propõe uma viagem sensorial pelos diferentes ecossistemas do país. A mostra ficará no Rio de Janeiro até o final da Rio+20 e depois seguirá para outras capitais brasileiras.

Também no Armazém Pop Ciência, no espaço chamado Arena Multiuso, pesquisadores brasileiros proferem uma série de palestras de divulgação científica abertas ao público, abordando diferentes áreas do conhecimento e sua relação com a sustentabilidade. Está sendo exibida ainda a mostra Ver Ciência, que reúne mais de 50 vídeos, filmes e programas sobre biodiversidade, mudanças climáticas, tecnologias limpas e acidentes ambientais.

Criança também tem vez

Outra iniciativa que acontece na Arena é o projeto +Criança na Rio+20, que tem por objetivo dar voz aos pequenos nas tomadas de decisão da conferência. Desde abril, crianças de todo o país estão participando de oficinas para produzir a Carta das Crianças para a Terra, documento que será apresentado às autoridades no encerramento da Rio+20.

Crianças de todo o país estão participando de oficinas para produzir a Carta das Crianças para a Terra, que será apresentada às autoridades no encerramento da Rio+20

Na manhã de terça-feira, dia 19, será realizado um debate aberto ao público com a participação de crianças em que ainda haverá a oportunidade de ajudar na confecção da carta.

No Armazém acontece ainda a atividade Árvore da Vida, na qual o público pode entregar frases e desenhos sobre suas expectativas para a conferência que serão levados aos dirigentes participantes do evento oficial.

O Jardim Botânico e o Planetário, tradicionais espaços de ciência do Rio de Janeiro, também participam da Rio+ 20 com palestras de divulgação abertas o público.

E, para quem quer participar mais ativamente sem sair de casa, a ONU lançou um site em que o público pode votar, até amanhã, dia 16, nas recomendações que julga mais importantes para serem discutidas no evento Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável. A iniciativa, organizada pelo Governo brasileiro, reúne representantes da sociedade civil de todo o mundo para elaborar um documento com a intenção de contribuir para as discussões dos chefes de Estado participantes da conferência.


Sofia Moutinho

Ciência Hoje On-line