Cerâmica contra emissão de gás carbônico

Esferas de cerâmica
Pesquisadores da UFMG criaram pequenas esferas de cerâmica que, instaladas nas chaminés das indústrias, absorvem o gás carbônico liberado (foto: Diogo Domingues).

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) criaram uma nova forma de capturar o gás carbônico lançado na atmosfera pelas indústrias. Eles desenvolveram pequenas esferas de cerâmica que, instaladas nas chaminés das fábricas, absorvem o CO2 liberado. A medida diminuiria o impacto ambiental causado pela emissão desse gás.

A simplicidade e o baixo custo de produção das esferas são os pontos fortes do projeto, desenvolvido pelos químicos Geraldo Lima e Jadson Belchior, do Departamento de Química da UFMG. “Mas, no nosso ponto de vista, a maior vantagem do uso dessas esferas de cerâmica é contribuir para a redução de um dos maiores responsáveis pelo aquecimento global”, destaca Lima em entrevista à CH On-line.

Além disso, todo o material pode ser reutilizado. O gás carbônico pode servir de insumo para a produção de alguns tipos de extintores de incêndio e de bebidas como os refrigerantes. A cerâmica pode voltar a ser usada na captação de CO2. “Nesse caso, ela poderá ser reciclada após passar por um aquecimento acima de 800oC ou por um processo químico”, explica Lima.

A forma como essas esferas serão colocadas nas indústrias não está definida. “A implementação em cada processo industrial deverá ser estudada por especialistas das áreas de interesse, por exemplo, as indústrias de cimento e de siderurgia”, esclarece o pesquisador. Ele acrescenta que a possibilidade de se usar essa tecnologia nos canos de descarga de automóveis deve ser testada até o final do primeiro semestre de 2010.

 

Raquel Oliveira
Ciência Hoje On-line