A época da República Velha (1889-1930) foi, no Brasil e no mundo, um período de revolução. Revolução industrial, revolução da técnica e da tecnologia. Revolução da ciência.
Por aqui, assim como em outros países, vivíamos uma busca pelo novo. Apesar da disputa política que, de certo modo, atravancava o Brasil, houve progressos significativos, tanto industrial quanto tecnológico. A ciência, claro, cresceu.
Um livro lançado este mês busca unir os avanços dos estudos científicos da época com a historiografia da República Velha. É o Ciência, civilização e República nos trópicos. Os textos são baseados em um encontro acadêmico ocorrido em 2008, promovido exatamente para discutir o tema.
A obra conta com 21 artigos de conhecidos pesquisadores da história da ciência. Entre eles, está Simone Kropf, que narra a importância da descoberta da doença de Chagas para a legitimação social da ciência brasileira.
Também está presente o historiador Marco Pamplona, que joga luz sobre a Revolta da Vacina sob o viés de outros descontentamentos sociais da época.
Outro texto é da doutora em história Magali Romero que discorre sobre, nas palavras dela, “as expedições [científicas] e suas coletas financiadas pelos governos e seus interesses nacionalistas e imperialistas”.
A obra, de fácil leitura, vem com uma pequena iconografia, além de uma vasta referência bibliográfica sobre cada artigo. Leitura importante para quem quiser conhecer esse período fundamental para a ciência no Brasil.
Org. Alda Heizer e Antonio Augusto Passos Videira
Rio de Janeiro, 2010, Mauad
Tel: (21) 3479-7422
384 páginas – R$ 46,00
Thiago Camelo
Ciência Hoje On-line