A pesquisa de fósseis tem tido cada vez mais destaque em todo o mundo. Um sinal disso são as publicações de estudos nessa área no início deste ano nas principais revistas científicas – e note que não são especializadas em paleontologia!
Um dos destaques é um trabalho publicado na Science sobre um dinossauro de um grupo bastante raro encontrado na China – este foi o tema da coluna Caçadores de Fósseis de fevereiro, publicada antecipadamente na última sexta-feira. A Nature também publicou dois artigos importantes – um deles discute as possibilidades de se determinar as cores de dinossauros com penas, e outro investiga pegadas de 395 milhões de anos. A PNAS, por fim, publicou um artigo que analisa as possibilidades de voo do dinossauro Microraptor – aquele com “dois conjuntos de asas”, nos braços e pernas (aliás, esse tema daria uma boa coluna!). Nas revistas especializadas, as novidades também são muitas.
No intuito de prosseguir com a divulgação da paleontologia no Brasil, aproveito o espaço deste blogue para anunciar uma palestra que será de grande interesse para os amantes da paleontologia – tanto profissionais como amadores.
A apresentação será sobre as descobertas paleontológicas de Neuquén. Essa província da Argentina tem fornecido alguns dos mais interessantes fósseis encontrados na América do Sul, em especial dinossauros. Para falar desse assunto, ninguém melhor do que o principal pesquisador de alguns desses achados: Jorge Orlando Calvo.
O professor Calvo, geólogo por formação, se mudou para aquelas bandas há mais de 20 anos, quando praticamente nada havia sido encontrado ali. Pesquisando diversos afloramentos – alguns literalmente “do lado de seu escritório”, na Universidade de Comahue, ele acabou encontrando muitos fósseis que incluem crocodilomorfos, ovos de 80 milhões de anos e até dinossauros gigantes.
As descobertas atraíram outros pesquisadores para a região, e o desenvolvimento paleontológico em Neuquén se deu a passos largos, sobretudo depois das descobertas de dinossauros com mais de 30 metros, como o Argentinosaurus e o Futalognkosaurus. Sem contar com o Giganotosaurus – que concorre com o Tyrannosaurus rex pelo título de maior predador já encontrado na face da Terra.
O professor Calvo prometeu contar como tudo isso aconteceu, dando uma perspectiva histórica para o desenvolvimento da paleontologia de Neuquén. Além disso, o pesquisador argentino já avisou que vêm novidades por aí… Nada melhor do que ouvir tudo em primeira mão, antes mesmo de ter sido publicado!
Quem se interessa pelo tema não pode perder a palestra. Tomem nota: será na quinta feira, dia 11 de fevereiro, às 10 horas, no auditório Roquette Pinto, andar térreo do Museu Nacional/UFRJ.
E antes que eu me esqueça: você já votou na principal descoberta paleontológica de 2009? O prazo se encerra em 28 de fevereiro. Participe!