Ligado no cérebro

Como o cérebro governa nossas emoções? Por que sonhamos? O que causa o vício em drogas? Essas são algumas das questões abordadas no canal de vídeos do Youtube NeuroChannel, criado pela comissão organizadora do 9º Congresso Mundial do Cérebro (IBRO), que será sediado pela primeira vez na América Latina em julho de 2015 no Rio de janeiro.

Com uma proposta descontraída, o canal busca fisgar a atenção de pessoas de fora da comunidade científica para a neurociência e apresentar os preparativos e bastidores do congresso. Para isso, conta com entrevistas com os mais gabaritados cientistas de dentro e fora do país.

Com uma proposta descontraída, o canal busca fisgar a atenção de pessoas de fora da comunidade científica para a neurociência e apresentar os preparativos e bastidores do congresso

Segundo um dos idealizadores do projeto, o neurocientista Stevens Rehen, autor da coluna Bioconexões da CH On-line e pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o canal visa suprir a falta de material audiovisual sobre ciência no Brasil.

“Há pesquisas que indicam que existe um grande interesse dos brasileiros pela ciência e que existe demanda para mais conteúdo de ciência na mídia”, diz. “No geral, há pouca coisa sendo feita nessa seara e achamos que existe um grande potencial aí, principalmente para atrair jovens e adultos com interesse pela ciência, mas sem nenhum vínculo formal com ela.”

O canal contém três programas principais: o BrainStorm, que traz entrevistas com cientistas sobre suas pesquisas e área de atuação em neurociência; o IBRO, que apresenta os bastidores do congresso; e o NeuroConnections, que discute temas relacionados à neurociência a partir da referência a filmes, livros, jogos e outros produtos culturais.

Assista abaixo ao vídeo de apresentação do canal

Por enquanto, foram publicados 16 filmetes. No primeiro vídeo, do BrainStorm, o neurocientista da UFRJ Roberto Lent, um dos organizadores do IBRO, fala sobre por que estudar o cérebro e sobre os desafios de entender as doenças a ele relacionadas.

Já o neurocientista Jorge Moll, diretor-presidente do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), revela os mecanismos cerebrais por trás das emoções e dos sentimentos humanos e o efeito da caridade nos mecanismos neurais de prazer.

O neurocientista britânico Barry Everitt fala sobre o vício em drogas do ponto de vista do cérebro e da predisposição genética

Para o neurologista Sidarta Ribeiro, do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), fica a tarefa de explicar por que dormimos e sonhamos, um dos principais temas de sua pesquisa em laboratório.

Uma questão polêmica é abordada pelo neurocientista britânico Barry Everitt, da Universidade de Cambridge (Reino Unido), que fala sobre o vício em drogas do ponto de vista do cérebro e da predisposição genética.

Já a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, da UFRJ, mostra o que diferencia o cérebro humano do de outras espécies e a que devemos nossas notáveis habilidades cognitivas. Há ainda vídeos sobre neurocirurgia, sobre como o cérebro recebe estímulos sensoriais externos e percebe o mundo à nossa volta, entre outros.

Até a realização do congresso, o canal vai apresentar cerca de 40 vídeos, todos bilíngues (com legendas em inglês ou português). O internauta já pode esperar vídeos com pesquisadores estrangeiros de renome sobre a optogenética, método que usa a luz para controlar o cérebro, e também mais entrevistas com pesquisadores brasileiros.

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Sofia Moutinho
Ciência Hoje On-line