Mais de 1.600 minutos de ciência

O Estúdio CH atingiu recentemente uma marca significativa: o programa ‘Sintonizado na ciência’, publicado em abril deste ano, foi o centésimo do nosso podcast. Juntando os 100 primeiros programas, temos 1.624 minutos de conversa sobre ciência e tecnologia nos mais diversos campos: arqueologia, biologia, ciência política, economia, física etc.

Mas 1.624 minutos é um número meio abstrato; melhor converter para hora. Aí, chegamos a 27 horas. Ou seja, é como se você tivesse passado mais de um dia ouvindo especialistas falando de suas pesquisas e temas relacionados a elas.

São 27 horas de conversas com especialistas falando de suas pesquisas e temas relacionados a elas

Nesse período, 100 pesquisadores passaram pelo Estúdio CH. Mas, apesar de esse número ser igual ao de episódios, a relação não é de um para um. Houve programas com mais de um entrevistado e alguns cientistas apareceram em mais de um podcast. Foi o caso do biólogo Jean Remy Davée Guimarães, do cientista político Maurício Santoro e do bioquímico Franklin Rumjanek.

Aliás, o Franklin é o pai da ‘criança’, por assim dizer. Membro da diretoria do Instituto Ciência Hoje, ele lançou a ideia de o instituto ter seu próprio podcast. Franklin, inclusive, foi o entrevistador no piloto do Estúdio CH, que foi ao ar em 20 de fevereiro de 2008 e teve participação da geneticista Cláudia Russo falando sobre a formação de novas espécies humanas.

A jornalista e bióloga Mariana Ferraz assumiu o comando do microfone a partir do segundo episódio e permaneceu no programa até a metade da segunda temporada (o Estúdio CH tem 24 episódios por temporada). Sua última participação foi em ‘Jogo de gato e rato’, onde ela entrevistou o químico Francisco Radler sobre doping. Hoje, Mariana está no Museu da Amazônia.

Retrospecto analítico

O interessante de se ter 100 episódios é que podemos fazer um retrospecto mais analítico dos programas e tentar corrigir distorções ou mesmo compensar uma realidade desigual. Por exemplo: dos 100 entrevistados, apenas 22 eram mulheres. Embora estudos indiquem que há uma maioria feminina na graduação e na pós-graduação (mestrado e doutorado), elas são minoria nos cargos de chefia, o que poderia explicar essa discrepância no Estúdio CH.

Em termos de instituições, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ganha de ‘lavada’, estando presente em 34 programas. Ela é seguida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pela Universidade de São Paulo (USP) com oito e sete participações, respectivamente. O Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e a Universidade Federal de Minas Gerais têm cinco aparições cada.

Prometemos tentar diversificar mais os números nos próximos 100 podcasts

Nesse caso, a presença maciça da UFRJ poderia ser explicada em parte pela concentração e maior visibilidade das pesquisas na região Sudeste do país e também por uma questão logística, já que o Instituto Ciência Hoje está localizado no Rio de Janeiro e fica mais fácil promover as entrevistas por aqui. Mas até que não estamos mal em relação à cobertura do território brasileiro, já que, nos outros 41 programas, aparecem 32 diferentes instituições de todo o Brasil.

Finalmente, considerando os temas abordados, ciências biológicas (incluindo ecologia) e saúde levam o troféu, com 36 aparições. Em segundo lugar, física e astronomia respondem juntas por 12 programas.

Prometemos tentar diversificar mais esses números nos próximos 100 podcasts. E esperamos que você continue prestigiando o programa. Se tiver alguma ideia de tema que gostaria que fosse abordado, deixe a sugestão na área de comentários.

Até o Estúdio CH 200!

Confira o arquivo com todos os programas do Estúdio CH.


Fred Furtado

Ciência Hoje/ RJ