Mulheres na química

Marie Curie é a química mais famosa da história da ciência. Mas ela não é a única. Desde a época de Curie, muitas outras mulheres se destacaram e vêm se destacando na área. Para evidenciar isso, a organização norte-americana sem fins lucrativos Chemical Heritage Foundation (CHF) lançou uma série de videobiografias de cientistas contemporâneas que atuam nesse campo.

Chamados de The Cataliyst Series, os filmetes em estilo de documentário retratam momentos importantes da vida pessoal e profissional de oito cientistas com as mais variadas trajetórias. 

Uma das pesquisadoras retratadas é a chinesa Nancy Chang. Quando criança, ela foi viver com os pais e irmãos em Taiwan, para escapar da conturbada cena política da China. A menina cresceu em uma zona rural, sem televisão e água encanada e em meio a uma sociedade altamente sexista. 

Ainda assim, Chang entrou para a faculdade, se casou e foi junto com o marido para os Estados Unidos fazer PhD em bioquímica na Universidade Harvard. Ela chegou ao país com apenas 50 dólares no bolso e sem falar inglês muito bem. Mas isso não impediu seu crescimento profissional. Alguns anos depois, a pesquisadora se envolveu em grandes projetos, como o sequenciamento genético do vírus da Aids, e desenvolveu com o marido a primeira droga para tratar asma com base no sistema imunológico.

Assista ao trailer da série

Entre outras cientistas que contam suas histórias na série estão a indiana Uma Chowdhry, ex-vice-presidente da segunda maior empresa química do mundo, a Dupont; a norte-americana Stephanie Kwolek, que criou o Kevlar, um material cinco vezes mais resistente que o aço, usado em coletes à prova de balas; e a norte-americana Mary Good, secretária de tecnologia do governo do ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton. 

A proposta do projeto é estimular o interesse feminino pela carreira científica

A proposta do projeto, que ainda vai incorporar mais vídeos, é estimular o interesse feminino por essa área da ciência. “Apesar de a vida dessas mulheres ser muito diferente uma da outra, elas têm pelo menos uma coisa em comum: o amor pela ciência”, diz o presidente da CHF, Thomas Tritton. “Esperamos que essas histórias inspirem as próximas gerações de mulheres a seguirem seus sonhos e se tornarem cientistas.”

Sofia Moutinho
Ciência Hoje On-line