Não há como ignorar o blogue

Ao contrário de Alexander Kellner, que de início teve reação negativa à participação no blogue, eu fui imediatamente receptivo. Sou de uma geração que teve a oportunidade de experimentar quase todos os artefatos computacionais. Nos jogos de sinuca da adolescência usávamos um ábaco rudimentar para contar os pontos. Quase cheguei a usar régua de cálculo e as famosas calculadoras mecânicas da Facit. Escapei dessa experiência porque, em 1970, abandonei o curso de engenharia civil da UFRN e fui fazer física na PUC-RJ.

Lá, o curso de Introdução à Ciência da Computação era ministrado com o uso do computador IBM 1130, uma máquina bem interessante para aquele tipo de uso didático. No semestre seguinte fiz cálculo numérico com o IBM 370, o maior computador instalado na América Latina, na época, com uma CPU de 2 MB! De lá para cá experimentei quase tudo que foi de traquitana computacional lançada no mercado. Das simpáticas Texas Instruments (ainda guardo uma TI-35 Galaxy Solar) às páginas da internet, passando pelo TK-85 da Microdigital, meu primeiro computador pessoal, foi uma longa e nem sempre agradável caminhada, detalhadamente descrita no meu blogue pessoal.

Fiz meus primeiros textos em HTML em 1998. Experimentei muitas novidades do espaço virtual, para abandonar depois de convencido de que não passava de uma quinquilharia. Foi assim com o Orkut e similares, e agora com o Twitter. Fico impressionado com a capacidade de muitos dizerem quase nada em 140 caracteres. Entre todas as ferramentas disponíveis, não há como ignorar o blogue. No início dessa década achava que era coisa de adolescente, mas quando o experimentei, em 2007, logo me apaixonei.

Então, se tive essa reação diferente do Alexander Kellner quanto à participação no blogue, comungo com ele a estratégia editorial da minha participação. Não preciso nem escrever, basta ler sua mensagem inicial. Faço minhas suas palavras.

 

Carlos Alberto dos Santos
Colunista da CH On-line
Professor aposentado pelo Instituto de Física/UFRGS