O menor mapa do mundo

Menor mapa do mundo
O menor mapa do mundo de que se tem notícia visto por um microscópio óptico. A extensão da linha do Equador é reduzida a 40 nanômetros (imagem: Grupo de Pesquisa em Fotônica / Universidade de Gent).

Você consegue imaginar um mapa em que a extensão da linha do Equador seja reduzida a quase a metade da espessura de um fio de seu cabelo? Pois no menor mapa do mundo, os 40 mil quilômetros de comprimento dessa linha imaginária são reduzidos a meros 40 micrômetros — um fio de cabelo tem espessura de 70 micrômetros e cada micrômetro corresponde à milionésima parte de um metro.

A representação cartográfica foi feita pelo Grupo de Pesquisa em Fotônica da Universidade de Gent, na Bélgica, especializado no estudo de fótons — partícula elementar de energia luminosa. A redução feita no mapa é da ordem de um trilhão — o prefixo grego usado para representar essa ordem de grandeza é tera (como em terabyte). Segundo a escala adotada, 100 km correspondem a 100 nanômetros (um nanômetro equivale à bilionésima parte do metro).

Menor mapa do mundo (2)
O minúsculo mapa foi implantado em um chip de silício. A tecnologia usada em seu desenvolvimento pode ter aplicações em áreas como telecomunicações, computação de alta velocidade e biotecnologia (foto: Grupo de Pesquisa em Fotônica / Universidade de Gent).

O leitor deve estar se perguntando agora qual a relevância de um mapa tão pequeno que só pode ser visto com o auxílio de um microscópio óptico. Na verdade, o grande feito dos pesquisadores foi ter chegado a tal escala de redução. O diminuto mapa foi implantado na ponta de um chip óptico de silício, que permite a manipulação da luz em pequenos circuitos. Com a redução propiciada pela escala tera, funções ópticas mais complexas poderão ser desempenhadas em um único chip, o que favorece o desenvolvimento de áreas como telecomunicações, computação de alta velocidade e biotecnologia.

Para conhecer mapas tão curiosos quanto o criado pelos cientistas da Universidade de Gent, vale uma visita ao blogue Strange Maps.

Júlia Faria
Ciência Hoje On-line