Onde o virtual e o elétrico se encontram

Anel de Gramme, máquina de Clarke, motor de Tesla. Para quem já conhece ou nunca ouviu falar, esses são apenas alguns dos 101 inventos disponíveis ‘para visita’ no Museu virtual de máquinas elétricas, iniciativa criada por professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A página hospeda, desde o início do ano, réplicas virtuais das máquinas elétricas criadas de 1820 a 1890.

As máquinas podem ser vistas em realidade virtual, ou seja, terceira dimensão

As máquinas podem ser vistas em realidade virtual, ou seja, terceira dimensão. Além disso, o site leva também para biografias dos inventores e vídeos que fazem a apresentação da criação sob vários ângulos.

Para serem assistidos, os vídeos exigem a instalação de programas como o Adobe Flash Player ou o Windows Media Player. Já para conhecer as máquinas em realidade virtual, o próprio portal sugere o download do Cortona3D.

Várias áreas e um mesmo projeto

Elaborado por uma equipe multidisciplinar da UFRJ, das áreas de história, engenharia e computação gráfica, o projeto nasceu para atender aos alunos do curso de engenharia elétrica, mas sem descartar a possibilidade de servir ao público em geral.

É o que conta o professor de engenharia elétrica e história da eletricidade José Carlos de Oliveira, um dos criadores do museu virtual:

“No caso dos alunos, esse material é essencial para que se tornem bons profissionais. Já para um público mais amplo, o acervo resolve curiosidades e difunde a cultura.”

Navegando na engrenagem

Maquina de Ganz
A máquina de corrente contínua, ou máquina de Ganz, está entre os mais de 100 inventos que o acervo virtual traz ao público (foto: reprodução).

Longe do que pretendem as atuais, as primeiras máquinas elétricas do século 19 eram maiores e mais fáceis de se compreender por dentro. A prova disso são os vídeos e imagens disponíveis no acervo: abertas, sem qualquer revestimento e muito mais pesadas do que as de hoje, as máquinas não eram, ainda, escravas da eficiência comercial.

A primeira delas, destacada por José Carlos, foi construída em 1832 pelo francês Antoine-Hypollite Pixii. Ainda sem objetivos comerciais, o invento – reconhecido como o primeiro gerador elétrico – era precário em termos de rendimento.

A máquina de Gramme é considerada a última do ‘período romântico’ das invenções

Em 1873, no entanto, os rumos das máquinas elétricas começariam a mudar. Foi quando o belga Zénobe Theóphile Gramme aperfeiçoou o gerador de corrente contínua, que criara em 1869, para uso como motor elétrico.

Como conta José Carlos, a máquina de Gramme é considerada a última do ‘período romântico’ das invenções. Depois dela, as criações eletromecânicas passaram a ser exploradas comercialmente.

Essas são apenas algumas amostras do que o museu virtual oferece ao público. Apesar da navegação pouco dinâmica, da limitação dos recursos visuais e do tom excessivamente didático, o portal merece a visita pela riqueza das informações sobre o período que deu origem à atual tecnologia das máquinas elétricas.

Carolina Drago

Ciência Hoje On-line