Sorria, panda-gigante-que-está-bebendo-água, você está sendo fotografado. Escondida no meio de alguma árvore, planta, pedra, tronco pode estar uma câmera, uma espécie de ‘armadilha fotográfica’ (os norte-americanos chamam de camera trap).
Esse aparato técnico é usado há anos pelos cientistas para estudar o comportamento dos animais em seu hábitat. Camufladas na natureza e disparadas por meio de sensores de movimento e calor, as câmeras conseguem imagens que dificilmente seriam capturadas com um ser humano por perto – o animal não se aproximaria tanto.
A novidade é que, agora, mais de 200 mil imagens como essas podem ser acessadas na internet pelo portal Smithsonian Wild, do Instituto Smithsonian, que congrega museus, galerias e centros de pesquisa ao redor do mundo.
As imagens estão disponíveis também em uma conta no Flickr, sob a licença flexível Creative Commons, que permite o uso da obra sem fins lucrativos.
Assista ao vídeo abaixo (em inglês) que explica, de modo ágil, como funciona uma armadilha fotográfica
O resultado do projeto é impressionante. Uma das razões é a extensa pesquisa que o portal fez com cientistas de todo o planeta que usam a técnica da câmera escondida para estudar o movimento dos animais. Não raro, as armadilhas fotográficas servem para comprovar que uma espécie ainda não foi extinta.
“Muitos animais não deixam [na natureza] qualquer sinal de sua existência, as armadilhas [fotográficas] são uma benção para pessoas como eu”, disse à revista Wired o ecologista William McShea, um dos líderes do projeto.
A qualidade das fotos varia bastante, mas a opção do instituto foi essa mesma: mostrar como, com o tempo, a técnica de captura escondida de imagens foi sendo apurada e como hoje existem câmeras capazes de, de modo mais inteligente e veloz, flagrar os animais em seu dia a dia na selva.
Por lá, portanto, vê-se de tudo: do já citado urso panda tomando água na China a um búfalo com cara pouco amiga passeando em região selvagem do Quênia.
Segundo a página de apresentação do Smithsonian Wild, o instituto está aberto a novas colaborações. Inclusive de vídeos. Por isso, é bem provável que o site seja atualizado constantemente.
Veja mais fotos abaixo ou visite a página do Smithsonian Wild para ter acesso à (enorme) galeria completa.
Thiago Camelo
Ciência Hoje On-line