O dispositivo para repelir adolescentes, contemplado com o Ig Nobel da paz, produz um ruído perturbador audível apenas por jovens. (Foto: divulgação/ Compound Security Systems)
Stapleton foi o único dos laureados que não participou no dia 5 de outubro da 16ª edição do evento, realizado anualmente sob aplausos e chuvas de aviões de papel em auditório da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Os espanhóis Antonio Mulet, José Javier Benedito e José Bom enviaram um vídeo com seu discurso de aceitação do prêmio de química pelo estudo ‘Velocidade ultra-sônica do queijo cheddar quando afetado pela temperatura’.
Estudo que mostra por que o pica-pau não tem dores de cabeça ganha prêmio na categoria ornitologia. Arte: Louis Agassiz Fuertes (1874 – 1927).
O prêmio de nutrição foi para um trabalho, realizado por pesquisadores do Kuwait, sobre como besouros de esterco ( Scarabaeus cristatus ) são ‘comedores meticulosos’. A equipe descreveu a preferência desses animais pelas fezes mais fluidas de cavalos, em comparação com as de outros animais herbívoros e especialmente as dos carnívoros. Um estudo norte-americano sobre o fim de soluços intratáveis com massagem retal digital ganhou o prêmio de medicina.
Os laureados deste ano no quesito acústica foram três norte-americanos que explicaram por que as pessoas detestam o barulho de unhas arranhando um quadro-negro. Dois australianos levaram o prêmio de matemática por calcular quantas fotografias é necessário tirar para que ninguém apareça piscando em uma foto de grupo.
O prêmio Ig Nobel de física foi para estudo que explica por que, quando dobramos espaguete seco, ele freqüentemente se rompe em mais de dois pedaços.
Já o prêmio de física foi para o trabalho de dois franceses que mostrou por que, quando dobramos espaguete seco, ele freqüentemente se rompe em mais de dois pedaços. Outro norte-americano ganhou o prêmio de literatura por seu trabalho ‘Conseqüências do vernáculo erudito utilizado independentemente da necessidade: problemas com o uso de palavras longas desnecessariamente’.
Os prêmios foram entregues – como de costume – por genuínos ganhadores do Nobel. O físico norte-americano Roy Glauber, que participou das últimas dez edições do evento apenas varrendo os aviõezinhos do palco, teve este ano essa tarefa extra, por ter ganhado o Nobel de física em 2005. Glauber passou uma noite atarefada: também foi o prêmio do concurso ‘Ganhe um encontro com um laureado do Nobel’ e atuou – junto com outros laureados pela Real Academia Sueca de Ciências e as cantoras Margot Button e Gina Beck – em uma miniópera sobre a inércia.
Marina Verjovsky
Ciência Hoje On-line
06/10/2006