Tecnologia e arte para manipulação

Arte e tecnologia se confundem na exposição ‘Cartaz em cartaz – presente, passado, futuro’, do artista gráfico Fernando Pimenta, autor de cartazes de famosos filmes nacionais, como Bye Bye Brasil, de Carlos Diegues, Pixote, de Hector Babenco, e O Xangô de Baker Street, de Miguel Faria Júnior.

Em cartaz (impossível não fazer o trocadilho) no Oi Futuro de Ipanema, no Rio de Janeiro, a mostra reúne as mais célebres criações do artista de forma nada tradicional. Em vez de imagens estáticas em painéis, os cartazes são apresentados ao público em grandes telas de acrílico nas quais é possível manipular cada detalhe da imagem com os dedos.

No melhor estilo obra aberta, pode-se mudar a posição do título, a fonte usada, desenhar novas figuras, alterar as cores… enfim, fazer o que a criatividade do visitante desejar e ainda compartilhar o resultado final de modo imediato nas redes sociais Facebook e Twitter.

“Quando me convidaram para fazer uma exposição de cartazes eu logo disse que não porque é uma coisa muito chata, mas quando me propuseram o uso da tecnologia eu achei o máximo”, conta Fernando Pimenta. “Abrir a obra para as outras pessoas interferirem e fazerem outras versões é fantástico, só me envaidece.”

Confira o vídeo da exposição produzido pela CH On-line

Na ponta dos dedos

O artifício que permite toda essa intervenção é trabalho da companhia Ice Interactive, da Incubadora de Empresas do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 

Não se trata de telas sensíveis ao toque convencionais, mas sim de uma nova tecnologia que pode ser usada em qualquer superfície lisa, pois usa raios infravermelhos para detectar o movimento dos dedos na tela.

Não se trata de telas sensíveis ao toque convencionais, mas sim de uma nova tecnologia que pode ser usada em qualquer superfície lisa

O segredo fica mesmo escondido. Nos painéis de vidro existem refletores de LED que emitem luz infravermelha e atrás dele, imperceptível para o público, ficam posicionados um equipamento que projeta a imagem do cartaz e uma câmera que mapeia a luz infravermelha e detecta os pontos que foram tocados. 

Assim, a localização espacial exata do toque no painel é transferida pela câmera para um computador central, que roda o programa de manipulação de imagem. 

Além dos cartazes interativos, a exposição conta ainda com a exibição de entrevistas em vídeo com designers, cineastas e diretores de arte que comentam o processo criativo por traz do cartaz e as técnicas usadas desde os primórdios das artes gráficas até hoje.

 

Cartaz em cartaz – presente, passado, futuro
De 11 de outubro a 6 de novembro
Oi Futuro de Ipanema
Rua Visconde de Pirajá, 54, Ipanema, RJ


Sofia Moutinho
Ciência Hoje On-line