Tweets que salvam vidas

Encontrar um enorme tubarão durante aquele mergulho na praia não deve ser nada agradável. Quando isso acontece, as consequências não costumam ser muito boas para os humanos. De acordo com a entidade que monitora ataques de tubarões pelo mundo International Shark Attack File (ISAF), nos últimos cinco anos, mais de 40 pessoas morreram em consequência de mordidas do animal. Para amenizar o problema, uma medida interessante foi tomada na Austrália, um dos locais com maior ocorrência de ataques de tubarão em todo o mundo – cerca de 100 por ano.

Por meio da rede social Twitter, banhistas e surfistas recebem informações sobre o monitoramento dos animais, feito por satélite pela Surf Life Saving Western Australia, uma associação de serviço comunitário sem fins lucrativos que atua em praias da costa oeste do país. 

Para receber dados sobre a localização dos tubarões, basta seguir a página no microblogue e ficar de olho nas atualizações constantes. Assim, os encontros fatais podem ser evitados e a tendência é reduzir o número de ataques naquele país.

O primeiro passo para a medida ser colocada em prática foi a aplicação de transmissores em mais de 320 tubarões da região. Quando um dos animais monitorados fica a cerca de 1 km das praias, um alerta é emitido e recebido por um computador que, instantaneamente, emite um tweet informando a localização aproximada e o tamanho do tubarão. Assim, os frequentadores das praias sabem se podem ou não entrar na água.

Twitter
O Twitter da organização australiana emite alertas sobre a aproximação de tubarões. (foto: Reprodução/ Twitter)

No Brasil, os ataques do animal também são comuns, principalmente em Recife(Pernambuco), onde as praias contêm placas avisando sobre os riscos de se entrar na água. No ano passado, o caso da estudante Bruna Gobbi, de 18 anos, que morreu após ser atacada por um tubarão na praia de Boa Viagem, comoveu o país.

Na capital pernambucana também existem formas de prevenção. Os tubarões são atraídos por iscas colocadas em uma corda de 18 km de extensão instalada da praia de Boa Viagem à de Paiva, capturados e impedidos de se aproximar do litoral. Os animais que ficam presos recebem um transmissor e depois são soltos em mar aberto. 

A partir daí, eles passam a ser monitorados por satélite e, toda vez que se aproximam das praias, emitem um sinal. No entanto, ao contrário do que acontece na Austrália, os banhistas daqui não têm acesso a esse monitoramento, o que impede o alerta à população.

Lucas Lucariny
Ciência Hoje On-line