Um olhar brasileiro

Recebemos esta semana o e-mail da mãe de um rapaz autista que pinta quadros com tinta óleo e canetas hidrocor. Ela nos escreveu após ter lido a reportagem “Na ponta do pincel”, na qual mostramos como a prática das artes plásticas pode beneficiar portadores de doenças do espectro do autismo, a partir de exemplos estrangeiros.

Na mensagem, Raimunda Gonçalves, mãe de Filipe – o artista –, lamentou que a reportagem não mencionasse exemplos nacionais. “Uma pena para todos os artistas autistas do Brasil”, protestou.

Pois aqui resolvemos reparar o erro apontado com razão por Raimunda. Com vocês, a obra de Filipe Gonçalves.

Tela de Filipe Gonçalves
Tela a óleo de Filipe Gonçalves, que também usa canetas hidrocor para pintar (reprodução).

Na página de Filipe na internet, Raimunda conta como descobriu o autismo e sua relação com o filho. A iniciação de Filipe na pintura e no desenho, segundo ela, se deu com o estímulo de uma professora de artes plásticas que lhe ensinou como pegar em hidrocores e pincéis.

Ela também confirma uma tendência apontada na reportagem que motivou sua mensagem: a de que o reconhecimento pelo trabalho feito por uma pessoa autista estimula o seu comportamento social. “Desde que Filipe passou a pintar e as pessoas passaram a elogiá-lo, eu senti que ele teve uma melhora significativa”, conta Raimunda.

Que a história de Raimunda e Filipe Gonçalves sirva como exemplo para que outros familiares de portadores do autismo possam estimulá-los a recorrer à arte para mostrar sua visão de mundo.

Isabela Fraga
Ciência Hoje / RJ