Quem foi às oficinas de física e microbiologia promovidas pelo Instituto Ciência Hoje no último dia da exposição comemorativa dos 30 anos da instituição, na Casa da Ciência (RJ), viu que a ciência é capaz de deixar crianças e adultos de cabelos em pé, em todos os sentidos.
O responsável pelo truque de arrepiar é o bom e velho gerador de energia Van der Graff, um instrumento que gera eletricidade estática. O equipamento, levado para a oficina pelo professor Andre Massaferi, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), funciona com uma correia de borracha que é eletrizada pelo atrito produzido em seu movimento.
As cargas elétricas geradas se acumulam na superfície de metal do gerador, que tem formato esférico, e são transmitidas para quem o toca. “A eletricidade gosta de ir para as pontas, por isso vai para os fios de cabelos, repelindo-os e deixando-os em pé”, explicou Massaferi para uma plateia boquiaberta, que ficou ainda mais impressionada quando viu que o aparelho também podia acender uma lâmpada e produzir raios, como os que se formam em uma tempestade.
Confira no vídeo abaixo as atividades das oficinas de física e microbiologia
O show da física não parou por aí. Na oficina, crianças e adultos aprenderam ainda como medir a velocidade da luz com um raio laser e viram de perto um pedaço de metal levitando sobre uma pastilha supercondutora de terras raras.
“Essas experiências aproximam as pessoas da realidade através do estudo da natureza, algo que é decisivo para a raça humana desde os primórdios”, disse Massaferi. “O caráter empírico da ciência nos ensina a tomar decisões com bases menos esotéricas.”
Na oficina de microbiologia, coordenada por Maulori Cabral e Isabel Liberto, ambas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), as crianças aprenderam sobre a dengue por meio de jogos e até uma apresentação de teatro comandada por uma mosquita Aedes aegypt.
- Em apresentação de teatro, mosquita agradece aos humanos por deixarem pratos de planta cheios de água em suas casas. (foto: Sofia Moutinho)
Mas como nem só de teoria pode viver uma oficina, as crianças foram orientadas na construção de mosquitéricas, armadilhas para mosquito da dengue, e tiveram a oportunidade de pegar nas mãos potes com larvas do inseto. Assim, muita gente ficou sabendo que expor larvas de mosquito à luz é uma maneira de identificar se são ou não de Aedes aegypt, pois estas fogem da luminosidade.
“Achei muito bom; as experiências trouxeram uma série de curiosidades e desmistificaram coisas do dia a dia”, disse Marcelo Corenza, pai da pequena Lavínia, de seis anos, que adorou ver o raio laser. “Isso aproxima as crianças da ciência e alerta para coisas importantes que talvez elas não vissem se estivessem em casa.”
Aprenda a fazer uma mosquitérica
Sofia Moutinho
Ciência Hoje On-line