Trabalhar por uma ciência comprometida cada vez mais com a nossa sociedade. Esse deve ser o rumo que universidades e instituições de pesquisa no país devem seguir, sem nunca deixar de comunicar os resultados da produção científica à população.
Com essa concepção em mente, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) inaugurou hoje (14/10), no Rio de Janeiro, sua participação na 11ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que ocorre de 13 a 19 de outubro em 483 cidades do país, oferecendo mais de 30 mil atividades de popularização do conhecimento. Durante o evento, foram lançados o número especial da revista Ciência Hoje sobre tuberculose, resultado de parceria com a Fiocruz, e o vídeo Profissão Cientista, produção do Observatório Juventude C&T.
“É esse papel público da ciência que devemos defender”, disse Nísia Trindade Lima, vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, na cerimônia de abertura, destacando o trabalho da Fundação na disseminação do conhecimento e na educação científica. Para ela, atividades como as desenvolvidas pela Fiocruz na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio e na educação de jovens adultos na comunidade da Maré, no Rio de Janeiro, são exemplos de iniciativas bem-sucedidas de compartilhamento do saber com a sociedade.
Ícone da divulgação
Ao apresentar ao público a edição especial de Ciência Hoje, o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, disse que a revista é um veículo fundamental para pensar o processo de divulgação científica no Brasil. “Trata-se de um dos ícones da história da ciência no país”, ressaltou. “Em um momento em que escolas cancelam visitas à Fiocruz porque tivemos um paciente internado com suspeita de ebola, é imprescindível ampliarmos a educação em ciência, de modo a suprir a falta de informação e a acabar com essa mentalidade incrustada de forma secular na nossa sociedade que leva ao medo, ao preconceito e à exclusão.”
Milton Moraes, pesquisador da Fiocruz e editor convidado do número especial da CH sobre tuberculose, reforçou a necessidade contínua de comunicar e divulgar ciência: “É uma forma de nos manter bem formados para podermos tomar decisões qualificadas.” Ele se disse feliz com a parceria, que, além da edição especial, inclui a divulgação na CH On-line de material produzido pela Fiocruz sobre temas como dengue e experimentação animal.
A diretora adjunta do Instituto Ciência Hoje, Maria Lúcia Maciel, comemorou a excelente experiência que foi preparar uma edição especial da CH com o apoio da Fiocruz. “É fundamental que essa parceria continue”, disse, corroborando as palavras de Nísia Trindade: “A informação e a comunicação sobre ciência é uma questão de militância.”
Alicia Ivanissevich
Ciência Hoje/ RJ