Einstein é considerado um dos maiores gênios do século 20 pela comunidade científica. A exposição Einstein, em cartaz no Museu de História Nacional do Rio de Janeiro desde 7 de abril, pretende justamente despertar a curiosidade e o interesse pelo trabalho e vida do cientista alemão, que viveu entre 1879 e 1955 e se radicou nos EUA em 1933, após a ascensão do nazismo na Alemanha.
Originalmente concebida pelo Museu Americano de História Natural, em Nova York, a mostra se divide em dez seções diferentes. Elas incluem objetos pessoais, cartas, fac-símiles e diversas instalações interativas que apresentam ao público a trajetória de pesquisas e descobertas de Albert Einstein.
“O nosso objetivo é provocar no observador o interesse por assuntos relacionados à pesquisa de Einstein, como noções sobre o movimento, o tempo e até a velocidade da luz” explica Lucrécia Franco, representante do Instituto Sangari, que adaptou a exposição para o público brasileiro.
O instituto é o mesmo que trouxe ao país as mostras Darwin e Revolução Genômica, também em parceria com o museu norte-americano. A versão brasileira para a exposição de Einstein teve sua primeira parada em São Paulo, em 2008, onde atraiu 145 mil visitantes.
Um gênio no Brasil
A versão brasileira ganhou, por meio de uma parceria com o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), mais duas seções além das concebidas originalmente. “Átomos” conta um pouco mais sobre a relação do cientista com as teorias do átomo e as invenções atômicas; e “Einstein no Brasil” revela a sua experiência em terras brasileiras.
Einstein ganhou a sua atual notoriedade depois que sua teoria da relatividade foi comprovada, e isso só ocorreu depois de uma expedição no Ceará, em 1919. A localização privilegiada da cidade de Sobral permitiu que cientistas observassem com exatidão um eclipse solar que aconteceria na África, fornecendo conclusões decisivas para a teoria.
“O problema concebido pelo cérebro foi resolvido pelo céu luminoso do Brasil”, confessou o próprio Einstein à época de sua indicação ao prêmio Nobel, que recebeu em 1921.
Na exposição, anotações originais de seu diário de viagem revelam ainda algumas de suas impressões pessoais do país – como a sua surpresa e admiração pela população do Rio de Janeiro, em sua primeira visita, em 1925.
“Foi na capital carioca, inclusive, que Einstein escreveu um importante artigo sobre a formação da luz, a partir de uma palestra proferida na Academia Brasileira de Ciências”, explica Alfredo Tolmasquim, pesquisador do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) e organizador científico da mostra.
Atrações da exposição
As seções abordam aspectos da vida particular e profissional de Einstein, divididas em temas como a formação da luz, a concepção de tempo, a teoria dos átomos – e sua contribuição para a bomba atômica. Graças ao trabalho do cientista, o mundo pôde entender um pouco mais sobre temas como a estrutura do cosmos, movimentos brownianos e – especialmente – a teoria da relatividade.
Já o aspecto pessoal da vida de Einstein pode ser observado através de cartas endereçadas a amigos, anotações científicas de seu caderno e objetos como uma gravata e um relógio. O boletim com as suas notas durante o ensino fundamental desmistifica a ideia de que o cientista não era bom em matemática quando novo. Na verdade, o visitante chega à conclusão de que foi em sua juventude que Einstein pensou as suas teorias mais importantes.
Instalações interativas chamam a atenção do observador de forma criativa, como a máquina do tempo, capaz de calcular que idade o usuário teria em diferentes frações da velocidade da luz. Outros atrativos incluem um simulador de buracos negros, que funciona com o auxílio de moedas, e um cinema 3D.
Aproveitando a própria ideia da relatividade, a exposição procura aproximar campos diversos como ciência e arte. Dessa forma, foram convidados 10 artistas nacionais que utilizam técnicas como pintura, colagem e grafite para retratar o cientista.
A exposição acontece até o dia 6 de junho no Museu Histórico Nacional, na Praça Marechal Âncora s/nº, no Centro do Rio de Janeiro. A visitação é de terça a sexta, das 9h às 18h, e aos sábados, domingos e feriados, das 14h às 18h (entrada até as 17h, todos os dias). Os ingressos custam R$ 20, de terça a sábado, e R$ 14, aos domingos.
Larissa Rangel
Ciência Hoje On-line