Os experimentos, conduzidos por cientistas alemães e norte-americanos, consistiram em alimentar ratos adultos com grãos e diferentes tipos de bebida. Cada animal consumia diariamente o mesmo número de calorias (cerca de 110 kcal). Aqueles que tomavam bebidas mais energéticas comiam menos ração e vice-versa. Os animais foram divididos em quatro grupos, de acordo com o líquido tomado: solução de água com frutose, de concentração semelhante à dos refrigerantes vendidos nos Estados Unidos (61,5 kcal para cada 100 ml); refrigerante europeu, adoçado com açúcar comum (41,7 kcal/100 ml); refrigerante diet , com adoçantes artificiais (1,2 kcal/100 ml) e água (grupo de controle). No Brasil, os refrigerantes são adoçados com sacarose proveniente da cana-de-açúcar, composta por 50% de glicose e 50% de frutose. Mas a frutose pura – que não é extraída das frutas, mas sim do xarope de milho – também é comercializada como adoçante.
Algumas pessoas acreditam que é possível emagrecer com a frutose, pois ela apresenta um sabor mais doce com o mesmo valor energético da sacarose. Assim, seriam necessárias menos colheres de açúcar (ou seja, menos calorias) para obter o mesmo sabor em suas bebidas.
“Agora, pretendemos descobrir por que isso acontece, descrevendo os mecanismos bioquímicos do processamento de cada tipo de açúcar no organismo”, conta Hella Jürgens, pesquisadora do Instituto Alemão de Nutrição Humana e autora do estudo publicado em julho na revista Obesity Research . Jürgens trabalhou em parceria com cientistas da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, onde a equipe deve repetir os experimentos. Ali, os refrigerantes mais consumidos são adoçados com altos níveis de frutose e grande parte da população sofre de obesidade.
Lia Brum
Ciência Hoje On-line
15/08/05