Os antecedentes imediatos à descoberta da ‘quebra’ do núcleo atômico ‒ tecnicamente, conhecida como fissão nuclear ‒ remontam aos primeiros meses de 1934 quando, em Roma, o físico italiano Enrico Fermi (1901-1954) e sua equipe começaram a produzir novas espécies nucleares, bombardeando com nêutrons elementos ao longo da Tabela Periódica dos elementos químicos.
Em maio daquele ano, quando usaram urânio‒ último elemento que pode ser encontrado na natureza ‒, eles concluíram (equivocadamente) que haviam produzido novos elementos, mais ‘pesados’ que o urânio ‒ ou seja, acima deste último na Tabela Periódica.Em setembro, em Berlim, a química alemã Ida Noddack (1896-1978) contestou a conclusão de Fermi sobre a produção de ‘transurânicos’ e chegou a mencionar pela primeira vez ser concebível a núcleos de urânio bombardeados por nêutrons dividirem-se em fragmentos de massa intermediária.
Odilon A. P. Tavares
Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (RJ)