Não tinha livros em casa, só os escolares. Quando engravidei aos 16 anos, ainda aluna do último ano do ensino médio, as chances de interromper os estudos aumentaram muito. Naquela época, não sabia bem o que era uma universidade nem que eu poderia frequentar uma delas. Ainda não existiam as necessárias políticas de cotas que garantem o acesso ao ensino superior. Minha motivação para entrar numa universidade veio do exemplo de uma jovem que cursava Matemática. Prestei atenção nela, e percebi que, para passar no vestibular, bastava estudar muito! Isso eu sabia fazer, e era possível mesmo com um bebê para cuidar.
Marcele Pereira
Departamento de Arqueologia, Núcleo de Ciências Humanas
Universidade Federal de Rondônia