A importância dos mamíferos

Estudo revela que mais de 80% desses animais fornecem algum tipo de serviço ecossistêmico relevante para a saúde, a economia e a qualidade de vida dos brasileiros

CRÉDITO: DASYPUS NOVEMCINCTUS_FOTO ADOBESTOCK

Alguns dos destinos mais procurados para viajar pelo país, como Bonito (MS), Chapada dos Veadeiros (GO), Chapada Diamantina (BA), Pantanal (MT) e Fernando de Noronha (PE), têm em comum uma grande beleza natural. A paz interior que experimentamos ao contemplar ambientes naturais e sua biodiversidade é um tipo de serviço ecossistêmico fornecido pela natureza. Esses serviços constituem a base para toda a vida do planeta, assim como para nossa economia, saúde e bem-estar. A presença de florestas, por exemplo, promove o controle da erosão do solo, que é essencial para a agricultura; a manutenção dos rios, que nos abastece de água; e a regulação climática, que evita eventos climáticos catastróficos. 

Existem estudos que se propõem a quantificar os diversos serviços ecossistêmicos associados à manutenção da vegetação. Diversas políticas públicas estão interessadas na manutenção desses serviços, pois eles trazem benefícios socioeconômicos tangíveis. Políticas como o ICMS Ecológico (mecanismo tributário que busca incentivar os municípios a promoverem ações de preservação dos recursos naturais) ou o Pagamento por Serviços Ambientais beneficiam municípios ou agricultores que adotam práticas sustentáveis que promovam a manutenção dos serviços ecossistêmicos associados à água, ao solo e à captura de carbono, principalmente.

A fauna também presta diversos serviços ecossistêmicos importantes, mas que são raramente destacados pela ciência ou levados em consideração em políticas públicas. Cerca de 80% dos estudos sobre serviços ecossistêmicos focam na presença de vegetação nativa, sem considerar as contribuições das espécies para os serviços avaliados. 

Nos poucos casos em que os serviços ecossistêmicos de algumas espécies são priorizados por cientistas ou tomadores de decisão, eles estão atrelados a espécies de alta importância econômica, que são insumo para a produção de medicamentos ou alimentos. Essas abordagens, apesar de muito úteis, não contribuem para a elaboração e implementação de estratégias dedicadas à promoção da conservação da biodiversidade como um todo e de seus serviços.