As aves das campinas amazônicas

As campinas da Amazônia, vegetações abertas não florestais que crescem em solos arenosos, apresentam ambientes distintos, ocupados por um conjunto diferenciado de aves, muitas delas encontradas quase exclusivamente ali. Um levantamento recente indicou que ao menos 35 espécies de aves são características dessas campinas. Apesar de serem considerados ambientes ‘pobres’ em número de espécies, esses ecossistemas de areia branca têm aves que contribuem para a diversidade regional amazônica.

CRÉDITO ABERTURA: FOTO JOÃO CAPURUCHO

É provável que a primeira coisa que venha à cabeça ao ler o título deste artigo é a exuberante floresta amazônica, que, apesar das ameaças que vem sofrendo, ainda ocupa uma enorme porção do território brasileiro e da América do Sul. No entanto, como descrevemos em texto publicado em 2013 nesta revista (CH n.o 306), a Amazônia não é um bloco contínuo de florestas, mas um grande mosaico de ambientes, incluindo áreas com vegetações abertas não florestais. 

Neste artigo, vamos abordar uma dessas vegetações não florestais que crescem sobre solos arenosos, conhecida na Amazônia por diferentes nomes: campina, campinarana, caatingapó, campos da natureza, entre outros (figura 1). Muitos pesquisadores têm se referido a esses ambientes como ecossistemas de areia branca (white-sand ecosystems), em uma tentativa de padronização da nomenclatura, uma vez que eles englobam diferentes formações vegetais e alta heterogeneidade. Aqui, usaremos, por vezes, o termo ‘campinas’, pela praticidade.

Figura 1. Paisagem típica de campina amazônica, nas proximidades do Parque Nacional do Viruá, em Roraima

CRÉDITOS: JOÃO CAPURUCHO