“Esse é o maior desafio da minha carreira e de toda uma geração. Para quem trabalha com viroses emergentes como eu, é o momento de mostrar porque me envolvi tanto nessa área e dar a minha contribuição”, diz Felipe Naveca, vice-diretor de pesquisa e inovação da Fiocruz Amazônia (Instituto Leônidas e Maria Deane), ecoando as vozes de tantos cientistas mundo afora diante da covid-19. Mas o desafio do virologista, dedicado à vigilância genômica, que faz sequenciamento do vírus acompanhando sua evolução ao longo do tempo, é também pessoal: como tantos brasileiros, o pesquisador perdeu o pai para a doença, em maio passado. Tempos depois, sua avó, que sobrevivera à infecção meses antes, sucumbiu a um AVC, o que o faz pensar na necessidade de pesquisas sobre as consequências a longo prazo da covid-19.”