Corrida de orientação: uma estratégia pedagógica

Modalidade esportiva em que o atleta corre com mapa e bússola nas mãos pode trazer resultados positivos nas aulas de geografia e em outras disciplinas

Mapa, bússola e um terreno: elementos para o esporte orientação CRÉDITO: FOTO DIAS & MORENO, 2019

Um aluno, uma bússola, um mapa e muita corrida. Pode parecer inusitado, mas uma modalidade esportiva chamada esporte orientação pode ser uma estratégia pedagógica para o ensino básico – e não estamos falando apenas das aulas de educação física. Essa modalidade vai além de uma prática corporal, pois permite a contextualização de conceitos de diferentes componentes curriculares. Em geografia, podem-se trabalhar os elementos cartográficos e os tipos de mapas; em matemática, as relações do conceito de escala; em português, explorar os textos em título, legenda e toponímias (nomes próprios dos lugares) presentes no mapa, que contribuem para a comunicação cartográfica. Para completar, pode ser trabalhada a educação ambiental, que, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), é um tema especial a ser tratado de forma interdisciplinar.

Mas, afinal, o que é esse esporte nem tão conhecido da maioria? A corrida de orientação, como também é chamado, chegou ao Brasil na década de 1970 e passou a ser mais popular na área da educação física a partir de 1974, quando a Escola de Educação Física do Exército a incluiu em seu currículo. Como modalidade esportiva, surgiu na Suécia, no início do século 20, em uma tentativa de incentivar jovens a praticarem atletismo. 

O objetivo da corrida de orientação é passar por pontos de controle em um terreno desconhecido, no menor tempo possível, com auxílio apenas de um mapa e uma bússola. A leitura do mapa é essencial para os participantes, pois nele estão presentes as simbologias que revelam as melhores rotas e obstáculos no caminho. Logo, não basta ser ágil na corrida, é preciso utilizar o raciocínio geográfico para interpretar o mapa e tomar as melhores decisões de percurso.

Isabela Habib Canaan da Silva
Departamento de Geografia,
Faculdade de Formação de Professores,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro

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