A história do livro, da leitura e da literatura dirigida à infância no Brasil,não pode ser contada sem que se reconheça a interferência direta da coroa portuguesa, representada pelos padres que aqui iniciaram o processo de aculturação dos indígenas, tendo como símbolo maior José de Anchieta.
Imbuído da missão e do desejo de converter os “selvagens”, Anchieta tinha como uma de suas estratégias de ação a conquista dos curumins pela literatura, principalmente pela leitura e representação de autos e recitais de poesias. Atraía, desse modo, as crianças das aldeias por onde passava. Tal como um flautista de Hamelin, seduzia os pequenos indígenas, arrancando-os do convívio familiar para transformá-los em aliados no processo de catequização dos pais.
Georgina Martins
Programa de Mestrado Profissional em Letras (Profletras)
Curso de Especialização em Literatura Infantil e Juvenil, Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Escritora de livros para crianças e jovens