Ela descobre sapos e novos caminhos na ciência

A bióloga Sarah Mângia Barros conta como a combinação de duas atividades – a pesquisa na área de taxonomia e a consultora ambiental – mostrou que há diferentes formas de se realizar como cientista  

Criada no interior de Minas Gerais, aos 11 anos de idade, eu costumava colecionar girinos que encontrava em brejos e os mantinha em vidrinhos vazios de esmalte. Para formar meus grandes exércitos, enchia sacolas com cascas de cigarra. Outro passatempo era gastar horas observando formigas que entravam e saíam de seus ninhos, carregando folhas de diferentes tamanhos e formatos. Na época, eu não sabia que um dia seria bióloga, mas tinha a certeza de que pertencia ao mundo dos animais e que o meio do mato era o melhor lugar para estar.

O amor e a curiosidade pela natureza da menina que fui persistiu. Tornei-me bióloga especialista em taxonomia de anfíbios. Tive a honra de descobrir e nomear 10 novas espécies. Além de ser atuante como pesquisadora, trabalho como consultora ambiental, o que me permite viajar por todo o Brasil e ver de perto a rica biodiversidade do país. Descobri que não existe uma única forma correta de fazer ciência, e que não preciso colecionar grandes prêmios ou títulos para ser uma cientista de sucesso.

Minha jornada como cientista começou em 2005, quando ingressei no curso de Ciências Biológicas da Universidade do Estado de Minas Gerais (UFMG). Durante a graduação, tive a oportunidade de fazer estágios e descobrir novas possibilidades em diferentes universidades, o que me incentivou a continuar estudando e a conhecer novos lugares e pessoas. Atualmente, sou pós-doutoranda na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, onde também sou orientadora no programa de pós-graduação em Biologia Animal.