Em busca do equilíbrio físico e mental

Como seres biopsicossociais, buscamos manter o equilíbrio interno e externo, assim como alcançar um funcionamento harmônico entre atividades laborais e interações sociais. Em um mundo cada vez mais competitivo, acabamos incluindo em nosso ambiente familiar, social, escolar e laboral práticas e rotinas que desrespeitam nossos ritmos biológicos, o ciclo claro-escuro e a relação sono-vigília. Essa sobrecarga crônica pode gerar doenças decorrentes do estresse físico e psicossocial. Nesse contexto, estratégias de combate e enfrentamento ao estresse inevitável tornam-se urgentes.

Estresse é uma palavra que foi banalizada no início do século 21, sendo utilizada para definir irritação, aborrecimento, má disposição, agressividade, antipatia e mesmo mau humor. O endocrinologista austro-húngaro naturalizado canadense Hans Selye (1907-1982), pesquisador pioneiro no estudo sobre o estresse, diz que “não é o estresse que nos mata, mas nossa reação a ele”. De fato, a fisiologia, área da ciência que estuda as funções dos seres vivos, define estresse como a reação que o organismo apresenta frente a uma ameaça à sua integridade.

No início do século 19, o estresse foi definido como uma reação inespecífica. A reação do organismo inicia-se com a identificação do agente estressor, que, por meio de sinais neurais, ativa o sistema nervoso simpático e, através do eixo hipotálamo-hipófise adrenal, gera o aumento da liberação dos hormônios adrenalina e cortisol (figura 1).

Figura 1. Reação ao estímulo estressor. O sistema nervoso simpático e o eixo hipotálamo-hipófise adrenal são ativados, liberando os hormônios corticotrofina (CRH) e adrenocorticotrófico (ACTH), que ativam a glândula adrenal. Na medula, ocorre a liberação de adrenalina e, no córtex, de cortisol. Quando o estímulo é agudo, predominam as ações da adrenalina; quando é crônico, as do cortisol, que potencializa o efeito da adrenalina

CRÉDITO: FERNANDO CANOVA, LABEEST, N° 7559-2014 (2015)