Flexibilidade cerebral e aprendizagem

Desde a Antiguidade, defende-se que o cérebro precisa ter flexibilidade para mudanças rápidas. A hipótese pode parecer óbvia, mas o teste para ela tem sido possível apenas nas últimas décadas, graças a avanços na computação e no imageamento.

Na edição online da revista Science do último 11 de abril, a jornalista Kelly Servick apresenta um perfil da física Danielle Bassett, que se dedica ao estudo das conexões dinâmicas no cérebro humano.Esta é uma área de estudos que tem a ver com as redes neurais, investigadas por físicos teóricos há décadas, mas que só agora se fundamenta em resultados experimentais obtidos com ressonância magnética e técnicas similares.

Só podemos explicar toda a complexidade do comportamento sensorial e cognitivo humano, se o cérebro for capaz de alterar seu estado de funcionamento com rapidez, em atendimento a alguma demanda neural. Ou seja, se o cérebro tiver flexibilidade para mudanças rápidas.

Pensadores antigos podem ter levantado essa hipótese, mas foi somente nas últimas décadas que o teste dela tornou-se possível. A busca dessa resposta encontra-se na área da neurociência moderna conhecida como network neuroscience. Em tempo: a expressão neurociência de rede ‒ tentativa de tradução ‒ não me soa bem. Sigo achando que a expressão mais geral (redes neurais) continua representando bem essa área de estudo, mas a literatura internacional tem consagrado a expressão inglesa.

Carlos Alberto dos Santos
Instituto Federal de Educação
Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (Natal)