Infinito natalino

O colunista da CH decidiu desafiar Noel de novo. Desta vez, parecia que o autor ia levar a melhor, mas, com o Bom Velhinho, sempre há surpresas,principalmente se o conceito de infinito está envolvido na brincadeira.

Eu já tinha desistido. Mas não resisti. Chegou o final do ano, senti saudades dos meus embates com o gorducho simpático. Noel éo nome dele.Está na porta. Mesmo que eu sempre leve a pior, insisto na visita. É a natureza humana.

Dia 23, antevéspera de Natal. Antecipo-me e visito o velhinho. Pela porta, vejo-o de costas, sentado à mesa, assistindo a um vídeo no celular. “Ho, ho, ho! Esses gatinhos! Viva a internet!”. Gunther, seu fiel ajudante, está caído em uma poltrona, com uma garrafa na mão. Ronca profundamente.

“No… el…”,chamo lentamente. Silêncio. Ele para o vídeo. Pelo reflexo na janela, nossos olhares se cruzam.

“Você de novo… Não acredito”, resmunga.”

Marco Moriconi
Instituto de Física,
Universidade Federal Fluminense