Na luta pela representatividade

Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Matemática e professora da UnB, Jaqueline Godoy Mesquita tenta abrir espaço para ampliar a presença feminina nos postos de poder do meio acadêmico

CRÉDITO: BETO MONTEIRO/SECOM-UNB

Desde a adolescência, tive muitas dúvidas sobre que profissão seguir. Pensava que era uma responsabilidade muito grande ter de definir tão jovem o que eu faria por toda a minha vida. Meus pais sonhavam em ter uma filha médica, e a pressão familiar para isso era grande. Mas o meu coração tendia para outro lado: sentia uma paixão muito forte por matemática e física, a ponto de passar horas resolvendo exercícios destas disciplinas.

Depois de muito refletir, fui conversar com minha tia formada em matemática. Com a ajuda dela, consegui convencer meus pais de que me dedicar aos números poderia ser uma boa ideia.

Quando entrei na graduação em matemática na UnB, tive uma das minhas primeiras frustrações: havia pouquíssimas mulheres na turma. Isso foi bastante difícil para mim, porque sentia como se não pertencesse àquele espaço. O fato de haver também poucas professoras agravava ainda mais essa situação, reforçava o estereótipo de que matemática não era um espaço para ser ocupado por mulheres.

Quando entrei na graduação em matemática na UnB, tive uma das minhas primeiras frustrações: havia pouquíssimas mulheres na turma