Botão do Oriente, Botão do Nilo, Úlcera de Jericó, Febre de Dumdum. As leishmanioses foram chamadas por muitos nomes, em diferentes países, ao longo do tempo até a ciência descobrir, na virada dos séculos 19 e 20, que esse grupo de doenças infecciosas tem como causa protozoários parasitas do gênero Leishmania.
E por que falamos de leishmanioses no plural? Porque suas manifestações são muito diferentes entre si. A leishmaniose cutânea é a forma mais comum da doença e se caracteriza inicialmente por feridas e vermelhidão na pele, podendo progressivamente ocasionar inchaço, caroços e terminar como úlceras (com bordas elevadas e centro achatado). Na maioria dos casos, essas feridas são indolores.
A leishmaniose mucocutânea, por sua vez, pode ser uma forma secundária da cutânea, pois há uma progressão desse parasito para tecidos mucosos através do sangue e do sistema linfático, levando a infecções na mucosa do nariz e da boca.
Por fim, a leishmaniose visceral é a forma mais grave. Provoca sintomas que variam desde perda de peso, febre, fraqueza, anemia, podendo inclusive evoluir para uma fase crônica, que atinge diversos órgãos e sistemas. Essa disseminação quando atinge o fígado, causa um aumento do tamanho do órgão, que se não tratado pode levar à morte.
Existem cerca de 20 espécies conhecidas dos parasitas do gênero Leishmania, sendo 12 causadoras da doença em humanos e oitos em outros animais. Dentre essas, se destacam a Leishmania braziliensis, a L. guyanensis e a L. amazonensis, que causam as leishmanioses cutâneas e mucocutânea. Também existem as espécies L. donovani e L. chagasi que podem causar leishmaniose visceral.