Este ano está marcado (inclusive, em nosso país) por eventos climáticos extremos. Aqui, estão ocorrendo inundações no Rio Grande do Sul e incêndios florestais espalhados desde a Amazônia e o Pantanal até o Sudeste (principalmente, no estado de São Paulo). Além disso, a temperatura média global está 1,5 oC acima dos índices históricos.
Há consenso científico de que as emissões de gases de efeito estufa em larga escala, desde o início da Revolução Industrial, no século 18, são a principal causa do aumento da temperatura planetária, responsável pelas atuais mudanças climáticas.
Se não houver alteração nas taxas de emissão desses gases em curto e médio prazos, esses efeitos se tornarão irreversíveis, transformando nosso planeta, cada vez mais, em um ambiente hostil para muitas formas de vida (principalmente, para a nossa).
A intervenção do ser humano sobre o clima decorre principalmente dos modelos econômicos e políticos que produzem, entre outras coisas, grandes desigualdades sociais e econômicas. O grande desafio para a humanidade é tentar tornar nosso mundo mais justo e equilibrado, bem como, ao mesmo tempo, diminuir os efeitos adversos que temos causado à Terra.
A solução para a desordem que o aumento de temperatura global tem causado no meio ambiente é complexa. Vamos examinar o problema do ponto de vista da física. Para diminuir a desordem de um sistema, é sempre preciso empregar certa quantidade de energia.
Mas esse processo também sempre leva a uma perda de energia (principalmente, na forma de calor). Como consequência, esse calor perdido aumenta a desordem do universo. Associamos isso à chamada entropia.
O conceito de entropia começou a ser elaborado em meados do século 19, pelo físico e matemático alemão Rudolf Clausius (1822-1888). A palavra entropia vem do grego e significa ‘o conteúdo transformador’ ou ‘o conteúdo de transformação’, expressões associadas a uma energia que se ‘desperdiçaria’.
Essa energia ‘desperdiçada’ está relacionada ao calor que entra ou sai do sistema. Clausius a definiu como o produto da temperatura pela variação da entropia.