Pela recomposição do mundo

Resultado de uma parceria entre o Laboratório Fantasma e a Netflix, o filme AmarElo – É tudo pra ontem, do músico, ativista social e pensador brasileiro Emicida, é uma narrativa não linear sobre realizações e personagens negras marcantes no Brasil e no mundo.

AmarElo – É tudo pra ontem é a culminância de um projeto do músico, ativista social e pensador brasileiro Emicida, composto por três produtos artísticos/intelectuais distintos e complementares. O primeiro deles é o álbum AmarElo, lançado em outubro de 2019 e vencedor de um Grammy Latino de 2020. O álbum é seguido da série de podcasts AmarElo Prisma, também narrada por Emicida e constituída por quatro episódios ou ‘movimentos’, tal qual uma sinfonia “onde nós e o mundo somos os instrumentos”, como Emicida define. Como última peça dessa tríade, o filme reúne elementos das duas obras anteriores em uma espécie de síntese, mas também traz novidades que surpreendem e encantam.

Em sua maioria negros, personagens históricos e marcantes para a sociedade brasileira são apresentados, tais como o arquiteto Tebas, responsável pela construção de alguns dos edifícios mais importantes da São Paulo do século 18; os engenheiros André e Antônio Rebouças, autores de obras fundamentais para a modernização de cidades como Curitiba e Rio de Janeiro no século 19; além de artistas e intelectuais de renome no século 20, como Lélia Gonzalez, Abdias Nascimento, Mário de Andrade, Ruth de Souza, Leci Brandão e Ismael Silva, fundador do Estácio de Sá, primeira escola de samba da história.

Jorge Maia
Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Antirracista
Universidade Federal do Rio de Janeiro