Seria o coronavírus uma Quimera?

Na mitologia, o monstro híbrido de três animais espalhou pânico, catástrofe e mortes pela Grécia antiga. Mais ou menos como faz agora o novo coronavírus no mundo todo.

Montado em seu cavalo alado, muitos séculos antes da nossa Era, Belerofonte foi o único herói grego que conseguiu derrotar a Quimera. Mas é bem possível que ela tenha voltado a nos assombrar em pleno século 21, sem que um outro ou o mesmo Belerofonte possa nos acudir.

Criação do imaginário da antiguidade clássica, a Quimera, monstro híbrido de três animais, espalhou pânico, catástrofe e mortes por toda Grécia antiga, deixando rastros de desgraça por onde passava. Mais ou menos como agora vivenciamos, atônitos e amedrontados, os destroços que o novo corona vírus provoca em todo o planeta. Seria ele uma Quimera? Resultado do casamento entre o vírus do vampiresco morcego com o simpático pangolim, que, empolgados pela profícua união, resolveram conquistar um terceiro parceiro, cuja identidade o reino animal ainda mantém em segredo? Terá sido dessa relação trigâmica que nasceu a nova Quimera do século 21? É bem possível, mas ainda não há respostas, e a ciência segue investigando se o bebê corona é mesmo fruto dessa relação trigâmica, que ela chama de quimerismo biológico. Precisamos decifrá-lo ou seremos devorados.

Georgina Martins

Programa de Mestrado Profissional em Letras (Profletras)
Curso de Especialização em Literatura Infantil e Juvenil, Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Escritora de livros para crianças e jovens