Um caso de amor com a ciência

Premiada pesquisadora catarinense, Elisa Souza Orth foi incentivada pelos pais a compreender a natureza, descobriu a vocação para química ainda na adolescência e, hoje, se sente realizada em transmitir seu amor pela ciência aos alunos e ao filho, de 6 meses.

Uma das lembranças mais marcantes da minha infância é acompanhar a transformação de uma lagarta em borboleta. Lembro-me de alimentar lagartas com folhas até se tornarem pupas e de aguardar, ansiosamente, o momento exato em que a borboleta se libertava. Como era fascinante ver as cores da borboleta em seu primeiro voo! Sempre fui instigada a questionar o porquê das coisas pelos meus pais, principalmente o que envolvia a natureza, já que minha mãe é bióloga e meu pai, agrônomo, ambos professores. Certamente, eles foram os grandes responsáveis pela carreira que segui. Lá pelos meus 10 anos, eu estava decidida a estudar os chimpanzés na África, inspirada na grande primatóloga britânica Jane Goodall (1934-). Eu já sabia que ia ser cientista, e adorava profissões desafiadoras que ajudavam construir nosso conhecimento.

Nasci em Caçador, Santa Catarina, e, aos três anos, fui morar em Florianópolis, onde fiz praticamente toda minha formação acadêmica, com um intervalo de cinco anos em que morei nos EUA, durante o doutorado de meu pai. Aos 12 anos, tive a oportunidade de acompanhar uma Reunião Especial da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em 1996, em Florianópolis, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde meu pai lecionava. Fiquei absolutamente fascinada, principalmente, pela palestra do astrofísico João Steiner (1950-2020), que foi homenageado.

Elisa Souza Orth

Departamento de Química
Universidade Federal do Paraná