Desde seu lançamento, no último trimestre de 2020, a minissérie O gambito da rainha, uma produção original da Netflix, tem feito enorme sucesso. Além de estar entre as mais assistidas do ano, em novembro alcançou 100% de avaliações positivas no site de críticas norte-americano Rotten Tomatoes. A enxadrista Beth Harmon inspirou o público a buscar informações sobre as regras do jogo, integrar clubes de xadrez e impulsionar as vendas de tabuleiros e peças. O mais interessante é que o espectador não precisa saber nada de xadrez para acompanhar a trama.
A descrição da minissérie pode nos fazer pensar que se trata de mais uma história clichê, feita para alavancar grandes audiências. Sim, é uma história clichê. Até certo ponto, previsível e com fórmulas já conhecidas para desenhar certos personagens, inclusive para a protagonista – a velha história de superação… Acontece que nem por isso O gambito da rainha deixa de ser envolvente, e até surpreendente em certos aspectos. O bom trabalho de produção, edição, fotografia e figurino, aliado a ótimas atuações, faz com que até a narrativa lenta no início seja uma estratégia de sucesso para fisgar quem assiste.
Paula Maria Moura de Almeida
Departamento de Geografia
Universidade Federal Fluminense