Na atualidade, as cópias físicas de documentos podem ser feitas rotineiramente em impressoras de uso pessoal ou em grandes equipamentos. Nem nos damos conta de que copiar documentos era algo bem mais trabalhoso no passado. Ainda assim, o artigo “Cianotipia: conexão entre química e arte”, publicado em CH 423, apresenta uma técnica revolucionária criada no século XIX: a cianotipia, um tipo de antotipia.
A imagem gerada pela técnica é obtida pelo contraste entre o branco e o azul como resultado da interação da radiação ultravioleta com os reagentes à base de ferro, resultando num corante insolúvel em água, chamado “azul da Prússia”.
A dica de química é realizar um experimento de antotipia para discutir o efeito da radiação ultravioleta nas transformações moleculares. O texto “Cianotipia: conexão entre química e arte”, publicado em CH 423, deve ser disponibilizado para a turma uma semana antes da aula para a leitura prévia pelos estudantes. Em aula no laboratório da escola, o professor deve fazer a explanação sobre a técnica de impressão por cianotipia e perguntar aos estudantes se já viram alguma impressão feita pela técnica. Deve também pedir à turma uma pesquisa sobre a toxicidade dos reagentes e do produto (“azul da Prússia”) que são utilizados na técnica da cianotipia.
Em seguida, formam-se os grupos de trabalho de três a quatro estudantes para o experimento de antotipia. Eles devem dissolver a cúrcuma em pó no etanol, agitar e filtrar. Em seguida, devem pintar uma folha de papel A4 com o extrato concentrado de cúrcuma, deixar secar bem e colocar num suporte plano (madeira ou plástico).
Por cima do papel, devem aplicar folhas vegetais. E, por cima das folhas, colocar um vidro ou plástico transparente e fixar as laterais com pregadores. Este conjunto de quatro camadas (suporte, papel pintado, folhas e vidro) deve ser deixado ao sol por três a sete dias para que ocorra a impressão das folhas no papel.
Na aula seguinte, é o momento de ver como ficaram as impressões por antotipia. O professor deve discutir o efeito da radiação sobre a degradação da curcumina formando ácido ferúlico e ácido vanílico – compostos incolores. As partes que não receberam sol conservaram a cor. A mesma radiação que participara da formação do “azul da Prússia” degrada a curcumina. Mas o efeito do contraste é o mesmo em ambos os casos para a formação da imagem.
O resultado da pesquisa que os estudantes fizeram sobre a toxicidade dos materiais utilizados na cianotipia deve ser retomado com a discussão sobre o uso de materiais mais sustentáveis, tal como a cúrcuma, em detrimento de materiais de maior impacto ambiental. A cúrcuma é um corante de uso culinário, inclusive.
Antotipia com cúrcuma – fotografia ecológica. YouTube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5IkEM9FeD-k. Acesso em agosto de 2025.
Nandiyanto, Asep & Zaen, Rena & Oktiani, Rosi. (2018). Photodecomposition Profile of Curcumin in the Existence of Tungsten Trioxide Particles. IOP Conference Series: Materials Science and Engineering. 306. 012002. 10.1088/1757-899X/306/1/012002. Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/Particles-Photochemical-degradation-of-curcumin_fig3_323341043 . Acesso em agosto de 2025.