Luta feminina contra a escravidão

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Luta feminina contra a escravidão

Quando pensamos sobre a luta pela abolição da escravidão no Brasil, visualizamos mulheres negras como protagonistas destes movimentos políticos? Nesta proposta, que tem como base o artigo “Luta feminina contra a escravidão”, publicado na CH 403, proporemos um diálogo interdisciplinar articulando saberes históricos, geográficos e da literatura brasileira para refletir sobre as contribuições das mulheres negras no passado e no presente.

Possibilidades de abordagem:

  • Analisar, a partir da Literatura Negra, o papel transformador de mulheres negras que lutavam pela liberdade;
  • Refletir sobre a participação de mulheres negras nos movimentos pela abolição da escravidão no Brasil;
  • Analisar, a partir de dados populacionais recentes, os impactos promovidos pela escravidão nas relações de trabalho e no acesso à educação para mulheres.

Proposta de atividade:

Sugere-se que esta atividade seja desenvolvida em dois momentos diferentes. A proposta tem como base o artigo “Luta feminina contra a escravidão”, publicado na CH 403, além dos livros “Um Defeito de Cor” de Ana Maria Gonçalves, e “Água de Barrela”, de Eliana Alves Cruz. Caso o docente não tenha acesso, foram indicados no item “Explore+” sites com resenhas dos livros.

A proposta desta atividade consiste, num primeiro momento, em ler com a turma resenhas sobre os livros supracitados de Ana Maria Gonçalves e Eliana Alves Cruz. Em seguida, propõe-se debater com os estudantes sobre a possibilidade das histórias das protagonistas – que nos dois livros transitam por territórios baianos – serem verídicas ou inspiradas em histórias reais.

Neste momento, seria interessante apresentar diferentes informações sobre os dois livros, para que as turmas possam compreender as narrativas traçadas por eles. Além disso, elaborar perguntas ou breves explicações sobre os locais e contextos sociais que os livros retratam pode ajudar no desenvolvimento do debate.

Em seguida, sugere-se realizar com a turma a leitura do artigo “Luta feminina contra a escravidão” e debater sobre as principais fontes de pesquisa utilizadas por Karine Teixeira Damasceno em sua pesquisa de doutorado, assim como as descobertas feitas pela pesquisadora. Ao final da leitura, pode ser construído com a turma um glossário englobando alguns dos conceitos que aparecem no texto, tais como: diáspora africana, cultura do cuidado e interseccionalidade, dentre outros.

Como tarefa para casa, cada estudante poderá trazer um dado estatístico ou notícia de jornal que envolva diretamente mulheres negras. Na aula seguinte, cada estudante pode apresentar o dado ou a notícia que trouxe e toda a turma fará um exercício de localizar espacialmente a informação, além de pensar sobre os possíveis diálogos entre a pesquisa feita em casa, as narrativas presentes em “Água de Barrela” e “Um defeito de cor” e as histórias mapeadas na pesquisa de doutorado feita por Karine Damasceno.

Por fim, pode ser construído com a turma um debate sobre como a ausência de políticas de reparação e equidade no pós-abolição brasileiro contribuíram para o aprofundamento das desigualdades raciais e de gênero. Este debate pode ser articulado a dados populacionais mais recentes ou outras fontes de informação.

Recursos utilizados:

  • Artigo “Luta feminina contra a escravidão”, publicado na CH 403; 
  • Resenhas sobre os livros “Água de Barrela” e “Um defeito de cor”; 
  • Dados com estatísticas sobre mulheres negras.

Explore +

Um defeito de cor: o entre e o duplo da diáspora. Disponível em: https://www.letras.ufmg.br/literafro/autoras/29-critica-de-autores-feminios/440-um-defeito-de-cor-o-entre-e-o-duplo-da-diaspora

“Um defeito de cor”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=qn-JWK63iGo

LITERANEGRA #033 – ÁGUA DE BARRELA. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=wTosE_Q02oQ

Eliana Alves Cruz – Água de barrela. Disponível em: https://www.letras.ufmg.br/literafro/resenhas/ficcao/72-eliana-cruz-agua-de-barrela

“O muro permanece alto para mulheres negras”. Revista Gênero e Número. Disponível em: https://www.generonumero.media/reportagens/muro-mulheres-negras/