Embora o lítio seja usado há décadas como um controlador de humor para tratar pacientes que sofrem do transtorno bipolar, os mecanismos de sua ação no organismo ainda são desconhecidos. Para entender como esse elemento químico age sobre o cérebro e otimizar o tratamento do transtorno, a bióloga Mónica Montero Lomelí, do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), vem realizando há dez anos uma série de pesquisas sobre o metal. O mais recente desses estudos avaliou a ação do lítio sobre o metabolismo de células humanas e confirmou resultados anteriores, realizados com leveduras (seres eucariontes cujas células se assemelham às humanas em alguns aspectos).
Estudos sobre o metabolismo celular podem ajudar os cientistas a entender melhor os mecanismos de ação do lítio nas células e, assim, desenvolver drogas que ajam apenas sobre as enzimas envolvidas no distúrbio. Entre os inconvenientes do lítio – que é usado também contra o mal de Alzheimer em caráter experimental – estão seus efeitos colaterais (como tremores, grande aumento de peso e doenças renais em alguns casos) e sua toxicidade em concentrações altas, que obriga os pacientes a realizarem exames de sangue periódicos.
Marcelo Garcia
Ciência Hoje On-line
23/03/05