Aos amantes da música, uma boa notícia: pela primeira vez no Brasil foi inaugurado um museu virtual dedicado inteiramente ao estudo dos instrumentos musicais. O Museu Virtual de Instrumentos Musicais (MVIM) é um projeto do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A página permite uma experiência on-line interativa em um diversificado acervo musical e apresenta ainda informações detalhadas sobre cada instrumento.
O museu virtual foi elaborado de forma a facilitar a navegação dos visitantes e estimular todos os sentidos possíveis. Grande parte dos instrumentos cadastrados é acompanhada por arquivos de áudio que mostram o seu som e vídeos de como ele é tocado, além de fotos e textos informativos.
Segundo a musicóloga Adriana Olinto Ballesté, coordenadora do projeto, o principal objetivo do MVIM é contar a rica história dos instrumentos musicais para os brasileiros. “São raros e dispersos os relatos históricos que mencionam instrumentos”, comenta. “Além disso, poucas pesquisas foram feitas sobre o assunto.”
Para Ballesté, o fato de o museu ser uma plataforma on-line é atrativo para o público. “Esperamos que o site chame a atenção de todos, já que ele vai permitir que o usuário faça buscas direcionadas de acordo com seus interesses na área musical”, explica a musicóloga.
De todas as partes
O museu virtual, criado com o apoio da Faperj, inclui todos os instrumentos do acervo físico do Museu Instrumental Delgado de Carvalho, da Escola de Música da UFRJ. São exemplares de todo o mundo, desde a Ásia, passando pela África, Europa e Américas.
Um item em destaque é a tíbia, uma flauta de origem asteca produzida no México feita a partir de uma tíbia humana (osso localizado na perna). Desperta interesse especial também o mayuri, instrumento indiano de cordas bastante usado nas cortes da Índia no século 19. Ele tem a caixa de ressonância em forma de pavão, animal considerado, na cultura indiana, o veículo do deus da música, Sarasvatî.
Assista a uma apresentação de mayuri
Também chama a atenção o so duang, um instrumento de corda que lembra um banjo, mas tem sua caixa de ressonância feita de bambu coberto com um tampo de pele de jiboia.
Ballesté afirma que o objetivo é manter o MVIM sempre em movimento. “Uma das questões que nos motivam a dar continuidade ao projeto é o esforço para incluir no acervo mais instrumentos usados na música brasileira, como o cavaquinho, o violão, a zabumba e a maraca, e falar sobre sua utilização em manifestações musicais de nosso país, como o choro e o boi-bumbá”, diz a musicóloga, que já adianta que sua meta futura é agregar ao museu um espaço lúdico com jogos interativos, voltado para atrair o interesse de professores de música e jovens estudantes.
Valentina Leite
Ciência Hoje On-line