Diversidade contemplada

O mundo da edição científica recebeu no início da semana uma boa novidade vinda da família de publicações PLoS (sigla em inglês para ‘biblioteca pública de ciência’), que publica artigos de acesso aberto e é uma das principais referências mundiais de publicação científica aberta e com licença flexível.

O Hubs usou o imenso acervo das revistas PLoS como motor para decolar

O grupo PLoS anunciou o lançamento da sua nova empreitada: o PLoS Hubs: Biodiversidade, um portal de artigos científicos especializados nesse tema.

Como motor para decolar, a iniciativa recorreu ao grande acervo das revistas do grupo PLoS ligados ao tema da biodiversidade. Todos os artigos reunidos no portal já faziam parte dos arquivos do periódico digital – no ar há quatro anos.

E parece ter dado certo, porque o que não falta é conteúdo por lá: o artigo que abre o portal hoje (na parte superior) é sobre como usar um sistema análogo ao GPS para localizar leões-marinhos na Califórnia.

Abaixo, mais textos que retratam a biodiversidade: tigres, bactérias e urubus brancos fazem parte das espécies contempladas pelos artigos em destaque esta semana no portal.

As revistas PLoS já contavam com uma gama considerável de palavras-chave que ajudam na busca de artigos. De ‘Anestesiologia e dor’ até chegar em ‘Virologia’, são milhares de tags que facilitam a navegação entre os artigos. Mas o Hubs representa um passo adiante, ao agregar o conteúdo sobre biodiversidade em um portal exclusivo. 

Página Plus Hubs
A página inicial do portal já guarda semelhança com alguns ‘sites 2.0’, com foto grande em destaque e pouco texto para leitura (foto: reprodução / PLoS Hubs).


O objetivo principal da iniciativa é “acelerar a descoberta, divulgação e integração de estudos de biodiversidade”, conforme explica David Mindell, um dos criadores (e curadores) do portal, no blogue da PLoS.

Um dos desafios fundamentais para os cientistasque estudam a biodiversidade é compreender e descrever a variedade deespécies vivas”

O Hubs oferece ainda uma ferramenta nova e cada vez mais comum nos sites: a possibilidade de indiciar e comentar um artigo nas mais variadas redes sociais.

Um dos desafios fundamentais para os cientistas que estudam a biodiversidade é compreender e descrever a variedade de espécies vivas”, diz Mindell.

“Fornecer os nomes e as classificações filogenéticas, sempre que possível, é parte integrante desta tarefa”.

Os pesquisadores brasileiros também são representados no Hubs, com estudos como o do time liderado pelo cientista Albert Menezes, do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O grupo se propôs a estudar o macaco do gênero Aotus, mais conhecido no Brasil como ‘macaco-da-noite

O Hubs é uma tentativa de centralizar alguns dos estudos mais interessantes feitos sobre biodiversidade, publicados tanto nas revistas PLoS quanto em outros periódicos.

A iniciativa tem como público-alvo, claro, pesquisadores que estudam o assunto. Porém, seja pela interface convidativa, seja por apresentar comentários curtos dos curadores da página, pode ser acessada também por pessoas interessadas na área.

Com a manutenção de licenças flexíveis (como acontece na PLoS), a ideia é que um trabalho vá somando e modificando o outro e que o conhecimento seja construído numa esfera coletiva (e, por que não, biodiversa).

Thiago Camelo

Ciência Hoje On-line