Pele sob controle

Invenções que inicialmente parecem brilhantes acabam, por razões diversas, nem chegando ao mercado. Esse pode ser mais um caso. Mas a ideia subjacente a ela é boa: aparelhos eletrônicos estão se tornando cada vez menores e, certamente, irá faltar espaço para a interface (entenda-se, lugar para botões, tela etc.).

O tamanho dos dedos humanos é um dos limites para a miniaturização. Possível saída: transformar a pele em uma tela sensível ao toque. Isso é feito com um aparelho que consegue diferenciar sinais acústicos vindos do toque dos dedos em diferentes partes do antebraço e da palma da mão, por exemplo.

 

Assista ao vídeo (em inglês)
que demonstra o funcionamento do Skinput

 

O som dessas batidas se movimenta pela superfície da pele ou pelo interior do corpo. O aparelho que faz essa proeza tem nome: Skinput. Preso ao braço, ele projeta sobre a palma da mão ou o antebraço um cardápio de opções ou um teclado numérico.

O inventor, Chris Harrison, estudante de doutorado na Universidade Carnegie Mellon (Estados Unidos), diz que assim poderão ser controlados tocadores de MP3, telefones celulares etc.

skinput
A invenção projeta números nas próprias mãos. Agora, é só discar (foto: Divulgação).

O protótipo, cheio de ruelas, parafusos e placas de metal furadas, não prima pela beleza estética nem acabamento refinado. Nem mesmo é ergonômico – afinal, ninguém vai querer sair com um trambolho assim pendurado ao corpo.

Porém, se o Skinput colar, certamente vai permitir miniaturizar ainda mais as tecnologias do cotidiano. Curioso? Visite a página (em inglês) de Harrison, de onde se pode ver a invenção em ação e baixar o artigo com detalhes técnicos [PDF].

 

Cássio Leite Vieira
Ciência Hoje / RJ

[Publicado originalmente na edição 270, na seção Mundo de ciência]