Retrospectiva 2015: Ano movimentado para a astronomia mundial

Mais perto do planeta vermelho, de “parentes” da Terra e das nossas origens. Em 2015, astronautas colheram e comeram pela primeira vez um alimento cultivado no espaço, passo fundamental para futuras missões exploratórias em planetas distantes. Por falar nisso, o anúncio de que Marte tem água líquida na sua superfície foi um indício importante de que alguma forma de vida pode existir por lá. Já a observação um planeta semelhante à Terra em um sistema estelar a “apenas” 150 anos-luz daqui pode se tornar um novo marco no estudo dos exoplanetas. Sem falar no avanço de pesquisas sobre os primórdios da Via Láctea e, claro, na chegada da New Horizons a Plutão, nove anos depois de sua partida da Terra. Definitivamente, este foi um ano movimentado para a astronomia mundial. Veja alguma das matérias que publicamos ao longo deste período.

Testemunhas da infância galáctica

Testemunhas da infância galácticaQual é a idade da nossa galáxia? Apesar de não saberem determinar ao certo, os cientistas têm testemunhas no espaço que podem dar pistas sobre a origem da Via Láctea. Estamos falando, claro, das estrelas, que guardam, em sua composição, segredos de bilhões de anos. Foi justamente tentando desvendar esses mistérios que um grupo de cientistas do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP) resolveu iniciar, em 2011, uma pesquisa sobre as estrelas mais antigas da nossa galáxia. Quatro anos depois, eles já podem dizer que desvendaram a abundância de elementos químicos específicos nesses corpos celestes, além de terem uma nova hipótese para o enriquecimento químico das estrelas do centro da galáxia.

Em busca de outras Terras

Em busca de outras TerrasFormas de vida curiosas e ecossistemas atípicos: essas são algumas ideias que temos sobre planetas distantes. Mas conhecer de fato o que se passa em planetas que orbitam outras estrelas da Via Láctea e de outras galáxias – mais especificamente, em planetas semelhantes ao nosso – tornou-se uma expectativa viável com o desenvolvimento de um pente de frequências laser (Laser Frequency Combs, ou LFC) para aplicações em astronomia. O dispositivo, desenvolvido com a participação de cientistas brasileiros, foi recentemente instalado no Observatório de La Silla, no Chile.

Vizinhos tímidos

Vizinhos tímidos 2Um dos conhecimentos mais básicos sobre astronomia e que aprendemos ainda na tenra infância é que o nosso sistema planetário tem oito planetas (Plutão, ainda sentimos sua falta!). Mas pode ser que os livros escolares precisem ser reescritos (novamente!) em algum momento nas próximas décadas: um conjunto de simulações baseadas em anomalias na órbita de objetos muito distantes do Sistema Solar mostrou que podem existir um, dois ou mesmo quatro planetas nunca observados para além da órbita de Netuno.

Cinco perguntas sobre Marte e a água

Água em MarteDepois de anos de suspeitas, a Nasa confirmou que, sob certas condições, é possível encontrar água líquida salobra corrente em Marte. A descoberta, publicada em artigo na Nature Geoscience, é um passo importante porque ajuda a compreender o ciclo hidrológico do planeta e dá indícios de que alguma forma de vida pode existir por lá. Publicamos em nosso Tumblr cinco questões importantes para entender a novidade.

Mais um para a coleção

Mais um para a coleçãoUm planeta rochoso que orbita uma estrela anã, como o Sol, está próximo o suficiente da Terra para permitir estudos detalhados sobre sua massa, densidade e atmosfera. A descoberta foi anunciada em novembro em artigo publicado na revista Nature. O planeta GJ 1132b é muito quente para o desenvolvimento de organismos como os que conhecemos, mas apresenta semelhanças com o nosso.

À procura de galáxias perdidas

Em busca de galáxias perdidasFitar as estrelas pode ser recompensador: uma equipe internacional de pesquisadores encontrou, no céu do hemisfério Sul, oito novos sistemas estelares que orbitam a Via Láctea. A descoberta fornece elementos que ajudam a corroborar o modelo de formação das galáxias mais aceito atualmente e pode permitir um estudo detalhado da natureza da matéria escura, substância ainda pouco conhecida pelos cientistas que é responsável pela maior parte da massa do universo e abundante nesses sistemas estelares.

Novos vizinhos espaciais

Novos vizinhos espaciais

Uma descoberta feita pelo telescópio espacial Kepler pode se tornar um novo marco no estudo dos exoplanetas. Recente missão do equipamento da agência espacial norte-americana apresentou ao mundo três novos planetas de tamanho similar ao da Terra e possivelmente rochosos, um deles na zona habitável de sua estrela. A grande diferença desta para outras descobertas recentes, porém, é a proximidade desses astros com nosso sistema: os novos planetas estão a ‘apenas’ 150 anos-luz daqui, perto o suficiente para que possamos começar a estudar sua atmosfera com as tecnologias atuais.