Ensinar ciências, sem celular?

Ensinar ciências, sem celular?

Instituto de Química/UFRJ

As produções audiovisuais podem ser ferramentas valiosas para a aprendizagem de ciências. O artigo da edição 419 da CH intitulado “Ensinar ciências, sem celular?” apresenta exemplos de produções fílmicas com grande potencial no ensino de ciências. Dentre elas, os animês, que são animações japonesas muito populares entre o público adolescente e que podem trazer conteúdos de química excelentes para se abordar em sala de aula. 

Aqui indicamos o animê “Dr. Stone”, que fala de um grupo de amigos em busca da salvação da humanidade. Nesta dica demos ênfase ao tema de separação de misturas e destilação, mas o vídeo indicado oferece muitas outras possibilidades.  

Possibilidades de abordagem:

  • Identificar processos, tecnologias e produtos químicos apresentados no vídeo, desde os mais antigos até os mais modernos;
  • Compreender a estratégia dos personagens do vídeo para obter o etanol, um dos componentes do nital – que é usado pelos personagens para dissolver a camada petrificada dos seres vivos;
  • Relacionar o processo de separação do etanol do material fermentado de uvas, utilizando-se o alambique para fazer a destilação;
  • Discutir a relação entre a evolução da ciência e a busca por soluções de problemas.

Proposta de atividade:

O uso de vídeo em sala de aula demanda planejamento prévio por parte do docente, que deve observar de que forma essa ferramenta vai contribuir para a aprendizagem dos conteúdos. Assim, é importante anotar a minutagem para fazer as pausas nos momentos adequados e elaborar uma folha de atividades relacionadas ao conteúdo do vídeo. 

Na sala de aula, o professor deve perguntar aos estudantes se conhecem os animês, se costumam assistir a essas produções etc. Em seguida, deve anunciar que vai projetar o Episódio 1 do animê “Dr. Stone” (ver em “Recursos utilizados”) e fazer um breve resumo da história onde os amigos Senku Ishigami e Taiju Oki buscam desesperadamente trazer à vida pessoas e animais que foram petrificados. 

Na sequência, deve disponibilizar e ler com a turma a folha de atividades que pode conter as seguintes perguntas: 

  • Quais processos químicos, tecnologias antigas e modernas e produtos químicos são citados ou mostrados no vídeo? 
  • Qual o nome do produto que os amigos precisam formular para trazer os seres à vida novamente? 
  • De que forma os amigos conseguiram obter uma das substâncias necessárias para fazer o produto salvador de vidas? 
  • Que equipamento foi construído para obter este produto? 

 

O professor pode fazer pausas em momentos adequados do vídeo para que os estudantes possam assimilar e relacionar o conteúdo com as perguntas da folha de atividades. A última pergunta refere-se ao processo de separação de misturas chamado destilação. No vídeo, os personagens utilizaram um alambique construído com argila e que pode ser relacionado com os alambiques modernos e equipamentos de destilação, pois o processo é o mesmo. Assim, os temas separação de misturas e destilação podem ser explicados no quadro de aula.

A sequência da aula pode ser finalizada com uma discussão acerca das estratégias humanas desde a pré-história até os dias atuais voltadas para a resolução de problemas. Um destaque pode ser feito em relação à geração de fogo pela fricção da madeira, um dos grandes passos da humanidade para a sua sobrevivência.

Recursos utilizados:

  • Televisor ou projetor;    
  • Internet, folha de atividades e quadro branco; 
  • Artigo “Ensinar ciências, sem celular?”, publicado em CH 419;
  • Dr. Stone (Produção: TMS Entertainment) –  episódio 1 (Chunchyroll Brasil, dublado).  YouTube, 2020. 24 min. Disponível em:  https://www.youtube.com/watch?v=Pv9QhKyai5w .  Acesso em: abril de 2025.

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SANTOS, A. B. DOS.; MORAES, E. P. Da ficção à Educação: desvendando transformações da matéria nos animes Dr. Stone e AniQuimera. Ciência & Educação (Bauru), v. 30, p. e24053, 2024. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ciedu/a/vKwL9Ts55xZVHzxDPy6nBds/. Acesso em abril de 2025.