William Dampier, um pirata-cientista que fascinou Darwin (seção “Bastidores da Ciência”)

SEÇÃO BASTIDORES DA CIÊNCIA
William Dampier, um pirata-cientista que fascinou Darwin

O uso de biografias pode ser muito útil para examinar a multiplicidade de características de determinados contextos históricos, sobretudo quando os personagens biografados circulam por diferentes espaços. Isso é especialmente interessante em momentos em que diferentes partes do mundo estão sendo postas em contato, como é o caso da expansão colonial europeia, destacadamente entre os séculos XV e XVIII. 

O presente artigo, sobre William Dampier, que viveu entre os séculos XVII e XVIII, nos permite trabalhar diferentes facetas desse momento de interação, violências e trocas entre diferentes regiões do globo.

Possibilidades de abordagem:

  • Localizar espacialmente a abrangência da ação colonial europeia (especialmente inglesa) sobre outros continentes, no contexto da Idade Moderna;
  • Caracterizar a ação colonial inglesa em regiões específicas, como as Índias, o Caribe e a Austrália, destacando violências, resistências e negociações com populações locais e outras potências coloniais;
  • Examinar o conhecimento científico produzido na Europa no contexto da expansão colonial, destacando sua interdisciplinaridade e a forma “exotizada” como retratava diferentes regiões do mundo.

Proposta de atividade:

Partindo da leitura da breve biografia de William Dampier, é possível associar as diversas passagens de sua vida com discussões importantes entre alunos do ensino médio a respeito da Idade Moderna, como: o colonialismo inglês sobre as Índias (inclusive colocando as colônias americanas em segundo plano); as disputas entre as potências europeias pelas colônias na América Central e Caribe; a ação de piratas e corsários na região (bem como a diferença entre esses dois conceitos); o início da ofensiva europeia sobre a Austrália; a literatura de viagem e o tipo de conhecimento que ela produzia (muitas vezes fantasiador, “exotizador” e eurocentrado); a figura interdisciplinar do “naturalista” e o início da formação de um mercado literário na Europa.

Essas discussões podem ser feitas de diferentes maneiras. Uma estratégia interessante é dividir os alunos em grupos e solicitar que cada um faça uma apresentação de parte do conteúdo para a turma – o ideal, havendo tempo, é que a pesquisa seja realizada durante o horário da aula, em materiais disponibilizados pelo professor ou no laboratório de informática. 

O resultado final pode ajudar a construir um quebra-cabeça da ação colonial europeia (especificamente inglesa) sobre três continentes, bem como o seu impacto no tipo de conhecimento que a Europa produzia sobre o mundo (igualmente colonial). 

A localização espacial desses processos é muito importante também e ela pode ser feita através de um mapa a ser preenchido ao longo das apresentações com os caminhos das viagens de William Dampier.

Recursos utilizados:

  • Artigo de Leandro Lobo (“William Dampier, um pirata-cientista que fascinou Darwin”, CH 401)  a ser disponibilizado on-line ou em material impresso para os alunos; 
  • Mapa mundi físico ou projetado via data show para localização espacial dos processos estudados;
  • Espaço para pesquisa em ambiente virtual e/ou material de consulta disponibilizado pelo professor.